sábado, 31 de janeiro de 2009

"REGRA RANK SIZE" Descreve progressão harmônica de cidades dentro da hierarquia urbana. - Algumas dificuldades óbvias existem para testar a hipótese.

"LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL E CRESCIMENTO URBANO"

A ênfase na cidade como centro de localização industrial pode levar a uma visão unilateral do crescimento urbano, especialmente quando se afirma que as cidades que apresentam uma combinação industrial mais favorável, crescem rapidamente. – Afirmação que acentua o aspecto de demanda do crescimento urbano. E os fatores de oferta são também contribuições importantes. Afirmamos que o potencial de crescimento de uma cidade depende de sua capacidade de criar e atrair recursos produtivos a mesma forma que para produzir bens e serviços necessários para satisfazer a demanda de mercados regional e nacional. A capacidade de cada cidade para expandir seu estoque de recursos internamente é limitada pela taxa de aumento natural da população, pela acumulação de capital das empresas locais e pela propensão dos dirigentes e inovadores locais (verificação “in loco”) para aumentar a produtividade. Para que as cidades experimentem altas taxas, precisam atrair fatores produtivos de fora; funcionando como pólo de atração em relação a migrantes e imigrantes, capital externo, capacidade empresarial e inovação que não sejam locais (inovações não-locais). Neste sentido, as grandes cidades estão em melhores condições do que as unidades urbanas menores. – Seu mercado de trabalho maior e oportunidades maiores de emprego atraem mais migrantes e imigrantes oriundos de diversas partes do mundo! Especialmente os que se situam a grandes distâncias; grandes cidades são centros mais atraentes para os investidores de fora, particularmente no que se refere às indústrias de bens de consumo e serviços, para os quais o acesso a um grande mercado potencial reduz os riscos; grandes comunidades freqüentemente apresentam variedades diversas com suas amenidades, facilidades culturais e de lazer mais necessárias para atrair executivos de outras cidades ou regiões mais distantes; finalmente, as grandes metrópoles tendem a serem centros principais de inovação. – Concluindo, é que o crescimento nas grandes cidades tende a ser auto-sustentados, em razão de essas cidades possuírem potencial maior para conseguir insumos necessários ao seu devido crescimento.

– Além da influência do tamanho, - fator preponderante para determinar em uma cidade individualizada, o tamanho é também importante para explicação do padrão de crescimento urbano na economia amplamente falando! Determinadas zonas de influência (medidas pelas áreas de serviços, zonas de deslocamentos, etc.) no entorno de uma cidade tende estar diretamente relacionada ao seu tamanho. E as comunidades urbanas, dentro e fora dessa zona de influência, mais próximas de seus limites, somente serão viáveis se não concorrerem com a própria cidade metropolitana. – Portanto, tamanho menor e funções de especialização econômica diferentes. Noutros termos gerais, quanto maiores às cidades, tanto maior será a distância entre elas. Mas, todas as cidades de uma determinada economia fazem parte de um sistema no sentido de que existe bastante interdependência entre elas para que uma mudança na cidade provoque mudanças em outras. Sistematicamente terá dimensão vertical que se manifesta como a ordenação das áreas urbanas de acordo com o tamanho da população, os tipos de função desempenhada e o tamanho das áreas dos serviços ofertados. – Essas ordens sucessivas formam uma hierarquia urbana, que têm um aspecto espacial e um aspecto de tamanho.

- Então, a questão essencial persiste que existe uma hierarquia do tamanho urbano, com uma regularidade na ordenação? Supondo-se a ordenação regular, ela é suficientemente geral para que possa ser aplicada a todas as sociedades o só se refere às sociedades que atingiram determinado nível de desenvolvimento econômico? – Mais importante, a hierarquia do tamanho urbano permanece a mesma no decorrer do tempo e, se é possível determinar uma teoria ou Lei que descreva a hierarquia, elas são capazes de prever o curso geral do crescimento urbano o sistema conjuntural? Das tentativas realizadas para responder essas perguntas, a mais conhecida é a REGRA DO “rank size” – associada à obra de H.W.Singer e G.K. Zipf.

- Em sua forma mais simples, essa regra afirma que a população de uma cidade aleatoriamente falando, tende a ser igual à população da cidade maior dividida pelo rank que ela ocupa dentro da hierarquia urbana em termos de seu tamanho (ou seja, faz-se comparação com o tamanho da maior cidade com relação à menor). Essa fórmula básica praticamente modificada por uma constante com objetivo de obter adaptação melhor à distribuição.
- Ver: M.F. Dacey, 1966, “Population of Places in a Central Place Hierarchy”, Journal of Regional Science, nº 6, pp.27-33.

- Portanto, a explicação da REGRA “rank size” com um texto onde está a fórmula completa, logo mais abaixo no meu Blog!

Referência: Richardson, Harry W. (Economia Regional)

Ctba, 31/jan/09
Maria M. Prybicz.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

"ECONOMIA DE ESCALA"

- O QUE É “ECONOMIA DE ESCALA?

1.ECONOMIA DE ESCALA - "Existe economia de escala quando a expansão da capacidade de produção de uma firma ou indústria causa um aumento dos custos totais de produção menor que, proporcionalmente, os do produto. Como resultado, os custos médios de produção caem, a longo prazo". (Bannock et alii, 1977). (18) e/ou...

2.ECONOMIA DE ESCALA - "Aquela que organiza o processo produtivo de maneira que se alcance, através da busca do tamanho ótimo, a máxima utilização dos fatores que intervêm em tal processo. Como resultado, baixam-se os custos de produção e incrementam-se os bens e serviços". (SAHOP, 1978). (18).

- Várias vezes eu cito em meus textos “Economia de Escala”, e já perguntaram o que seria isto? Portanto, aí está a resposta! Espero ter contribuído para dissolver dúvidas!

Ctba, 29/jan/09
Maria M. prybicz

"QUESTÕES TRABALHISTAS"

“IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES”
Obama assinou a lei, que carrega o nome da trabalhadora, em frente às câmeras de televisão, ao vivo, e acompanhado do vice-presidente, Joseph Biden, da secretária de Estado, Hillary Clinton, e da própria Ledbetter, que se emocionou ao receber os aplausos dos presentes.
Ledbetter era supervisora da empresa de pneus Goodyear Tire and Rubber Company em Gadsden, Alabama, e, pouco antes de se aposentar, soube que, durante 15 anos, a empresa pagou a ela 40% menos que aos homens pelo mesmo tipo de trabalho.Por esta razão, entrou com um processo e ganhou, mas a Suprema Corte americana posteriormente rejeitou a ação, em uma sentença de 5 a 4, na qual alegou que ela demorou muito para apresentar a queixa.
"A Goodyear nunca terá de me pagar pelo que me tirou. Eu nunca verei um centavo sequer do meu processo", afirmou nesta quinta Lilly Ledbetter na Casa Branca. "Mas, com a aprovação da lei e a assinatura do presidente hoje, tive uma recompensa ainda maior: sei que minhas filhas e netas e suas filhas e netas terão uma oportunidade melhor."
- Todos (as) esperamos que isso se estenda globalmente!
Fonte: IG - Último Segundo.
Ctba, 29/jan/09
Maria M. Prybicz.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"CICLOS ECONÔMICOS"


“CICLOS ECONÔMICOS REGIONAIS”

- Exaustiva flutuação das economias regionais exige do modelo macroeconômico, que descreva os processos de desenvolvimento e geração de rendas, e transmissão inter-regional de impulsos de desequilíbrio, mas também uma visão microeconômica, acentuando as composições industriais de uma região (ou de várias) com suas sensibilidades cíclicas. – O papel dos movimentos sociais e de fatores e a influência de fatores externos específicos: inovações e as melhorias na infra-estrutura de transportes e a própria urbanização das cidades.
Hipótese de que sensibilidade cíclica de diferentes tipos de região tende a ser explicada pela própria variável na composição industrial. – O ciclo econômico, desse ponto de vista, considera-se como um fenômeno nacional-industrial, e os ciclos regionais são exatamente a manifestação local de variações cíclicas que se produzem na indústria nacional. Assim, atribui-se a cada setor industrial regional a variação cíclica nacional média para atividade do setor industrial em questão. Portanto, qualquer experiência cíclica regional que não seja explicada pela sua mistura de indústrias, pode ser considerada como residual. – E o valor da técnica da mistura de indústrias, depende das dimensões desses resíduos, e é um problema a ser resolvido empiricamente (ou seja, exclusivamente através de experiência comprovada).
As regiões caracterizadas por grandes empresas e/ou firmas industriais, mostram inclinações ascensionais mais fortes porque o investimento nas pequenas empresas é limitado por restrições financeiras. O tipo de mercado (local), que certas indústrias abastecem é muito importante com relação ao comportamento cíclico, pois será afetado pelas características próprias de cada região (gostos, nível de renda, composição demográfica, população concentrada ou não, renda “per capita”, etc. - Outras empresas produzirão para o mercado mundial e/ou global, por isso, sua experiência cíclica será diferente, desde que a demanda global flutue na diversidade da nacional. – Nas economias avançadas é natural que as relações interindustriais atravessem as fronteiras regionais nacionais e/ou internacionais, com flutuações nem sempre idênticas às da indústria nacional. – Variação de metodologia da mistura industrial supõe que a estabilidade cíclica é diretamente em função do grau de diversificação regional.
E o que seria diversificação, por assim dizer, pode significar um equilíbrio entre indústrias de bens-duráveis (estáveis) e duráveis (instáveis); ou estrutura industrial que corresponda estritamente à da economia nacional. Mesmo que as regiões diversificadas sejam ciclicamente estáveis, elas apresentam desvantagens, pois, sacrificam os benefícios da especialização e da economia de escalas. E como a sua propensão marginal a importar tende a ser pequena, encontrarão dificuldades em transmitir para outras regiões através de redução de importações, os efeitos de contrações internas. E medidas de estabilizações regionalmente orientadas devem ser mais efetivas, em razão de não repercutirem no exterior.

Referência: Richardson, Harry W. (Economia Regional)
Ctba, 28/jan/09
Maria M. Prybicz

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

"OS CUIDADOS COM AMAZÔNIA"


“A SOCIOECONOMIA DA AMAZÔNIA”

- Analisando o crescimento econômico da região amazônica – um dado importante a ser destacado – é o crescimento populacional. Vários aspectos mostram que houve crescimento significativo com relação aos demais estados da federação.

- Na década de 70, a população amazônica era de 8.193.636 milhões de habitantes, e em 1991 foi duplicado este número, verificou-se um crescimento médio de 3% em 1970 e 3,5% em 1980 – crescimentos estes superiores à média brasileira, que foi 2,5% e 1,9% para períodos respectivos (IBGE 2001) – o que nos parece que é óbvio, pelas características da região com imensas florestas e terras baratas ou até griladas gratuitamente, a fim de somente explorá-las sem sustentabilidade condizente!

As características de crescimento permaneceram até os anos 90. Na medida em que a taxa de crescimento médio da população amazônica, embora caísse para 2,4%, manteve-se sempre maior que a nacional, cuja trajetória continuou com certo declínio.

Com avanço da fronteira agrícola e a urbanização acentuada, principalmente às margens de rodovias como a Transamazônica e a Santarém-Cuiabá, as quais foram indispensáveis para o surgimento de núcleos, vilas, povoados e cidades, e também contribuiram para fazer o inchaço dos centros urbanos já existentes. - As taxas de crescimento da população urbana são muito superiores às da população rural.

Incentivos fiscais para região propiciaram uma invasão de grupos econômicos, para os quais as terras tornaram-se alternativas para valorização de ativos financeiros. – As mudanças econômicas regionais ocasionaram a substituição das tradicionais vias fluviais de penetração, por outras diversas. – A multiplicação de estradas vicinais e municipais facilitou tremendamente as correntes migratórias, num ritmo acelerado impressionante de crescimento populacional – o que naturalmente gerou impactos em todos os sentidos e ordem - destaque-se a falta de infra-estrutura e carência de serviços públicos ofertados pelo poder público negligente.

O desempenho econômico da Amazônia foi acelerado! – A participação do setor industrial foi essencial nesse desempenho! Região Norte passou de 12,4% na década de 1970, para 33,9% em 1980 – A atividade industrial da Zona Franca de Manaus, cujos incentivos fiscais tiveram grande participação neste contexto, no conjunto total do desenvolvimento da indústria eletroeletrônica nacional. – O fato da Região Amazônica, ter apresentado taxas de crescimento do PIB superiores às do Brasil, nos mostra o enorme potencial existente! - Mas, é importante salientar que indicadores sociais têm o propósito de mostrar às possíveis melhorias das condições de vida e bem-estar da população local, para que usufrua das riquezas geradas durante estas últimas quatro décadas!

– Dados referentes ao IDH, da Região Amazônica e no Brasil em geral, mostram que houve avanços no grau de desenvolvimento humano, mas foi somente em 2000 que todos os estados amazônicos, desfrutaram da condição de desenvolvimento humano médio. – IDH têm limitações. – Dados apontam inequivocamente que o significativo desempenho econômico da Região Amazônica, não conseguiu resolver a contento os problemas surgidos no meio social. Comprovadamente relacionados com educação, saneamento básico e saúde.

Referência: Braun, Mirian Beatriz Schneider e Silva, Christian Luiz da (A Economia Brasileira Por Economistas do Paraná- 2005)

Ctba, 26/jan/2009
Maria M. prybicz

domingo, 25 de janeiro de 2009

"EDUCAÇÃO DO FUTURO"

"EVENTOS"

Fórum Mundial de Educação 2009 – Belém
Data: 26 a 27 de janeiro de 2009.
Local: Hangar – Centro de Convenções da Amazônia (Av. Dr Freitas, s/n)Acesse também: www.forummundialeducacao.org

sábado, 24 de janeiro de 2009

"ECONOMIA EM REDES"

“INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL”

Atualmente no contexto em que as fronteiras nacionais estão cada vez mais difusas em função do processo de mundialização/globalização (CHESNAIS, 1996), formas alternativas de organização da produção estão sendo propostas e, como conseqüência, várias tentativas de reformulação teórica foram feitas, cabendo especial destaque a uma delas, baseada na linha neo-schumpeteriana, que enfatiza o papel dos sistemas locais de inovação, sendo incubadoras tecnológicas, parques tecnológicos, distritos industriais clusters os instrumentos necessários para viabilizar o seu funcionamento.

Essas redes de cooperação têm o poder de tornar o ambiente propício à aprendizagem, induzindo à criação de novas oportunidades de auferir lucros, pois se por um lado possibilita aos agentes a concentração de recursos financeiros e humanos (capital humano) naquelas áreas em que detêm específica competência, então, possibilita a minimização dos custos, riscos e irreversibilidade associados aos investimentos em novas tecnologias.

Fatores básicos para os sucessos desses empreendimentos têm como base a organização produtiva e a inovação, são: cooperação, interação e complementaridade, no campo da pesquisa e do aprendizado, integradas à ação institucional (OECD, 1998; 1999). Esses fatores estão condicionados ao respeito e interação com o ambiente cultural local. Ou seja, a dimensão local, nessa perspectiva, assume grande relevância, uma vez que a cooperação pode funcionar como o principal determinante da capacidade de competição.

Articulação densa e inteligente produzirá o desenvolvimento, enquanto que articulação difusa e aleatória terá obstáculos. Em qualquer região torna-se necessária uma avaliação de como se encontra estruturado (in loco), cada elemento e a forma de articulação entre eles. Dependendo da avaliação, a modernização dos componentes pode ser a tarefa fundamental para geração de um projeto coletivo que promova sua articulação e direcionamento. Considerando a forma de materialização do conhecimento em um produto tangível que, pode ser atividade biotecnológica, é um elemento essencial no processo como meio de se alavancar o desenvolvimento. Uma abordagem complementar fará relevantes avanços como “economia em redes”, pois prioriza a pesquisa em bases cooperativas como principal via para fomento da biotecnologia.

Referência: Braun, Mirian Beatriz Schneider; e Silva, Christian Luiz da. (A Economia Brasileira Por Economistas do Paraná - 2005).

Ctba, 24/jan/09.
Maria M. Prybicz

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"ATUALIDADES"

“A ECONOMIA ATUANTE”

Observações de Donald Watson, segundo ele preconiza, “não se deve supor que a Economia é uma espécie de máquina calculadora, na qual os problemas ingressam em uma extremidade e as soluções saem em outra. Não há dúvida que isso é possível em certa medida; mas, não convém esquecer que a maior parte das políticas econômicas abarca problemas jurídicos e administrativos, políticos, sociológicos e éticos – além das questões puramente econômicas. Por isso, são raras às vezes em que a Teoria Econômica é a única fonte de solução, embora alguns economistas não pareçam dar-se conta deste fato” (p.36 ROSSETTI).

Ctba, 23/jan/09.
Maria M. Prybicz.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"USA"

“PRESIDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA”

Obama como um líder nos USA e naturalmente será globalmente! - Terá pela frente muita responsabilidade perante a comunidade mundial! O momento não está fácil, com uma Economia totalmente desarrumada, revolucionada. - Vai precisar de muito discernimento disciplinar, muita fé, esperança, força e tranqüilidade para transmitir para o povo americano e para os demais! E também precisará de ajuda internacional no sentido de compreensão dos globais para efetivar políticas conciliatórias, construtivas, desenvolvidas, unidas, revolucionárias contundentes e participativas!

Ctba, 21/jan/09

Maria M. Prybicz

sábado, 17 de janeiro de 2009

"NEGOCIAÇÕES MODERNAS"

“REGIDEZ DOS SALÁRIOS “

“It does not follow that involuntary employment..can be avoided by increasing the quantity of money indefinitely, keeping money wages unchanged. If classical economics have always mean that a sufficient increase in money in term of wage units would be a compensatory element, well and good.. I always understood that they favoured a reduction in money wages because they believe that this would have a direct effect on profit, and not one which operated indirectly through the rate of interest”

- No Sumário particular de Keynes, e nunca a teoria de Keynes, e mesmo assim baseado em pressupostos, como a rigidez dos salários, que nunca foram colocados por Keynes como condicionantes da sua conclusão sobre a persistência do desemprego. No diagrama Hicks-Hansen a causa profunda do subemprego está na existência de uma taxa de salário demasiado elevada relativamente à taxa do salário real de pleno emprego. - É a rigidez do salário à baixa que provoca a existência de um desemprego persistente. O próprio Hicks distanciou-se da sua formulação de 1937, embora insistindo na ideia de que o modelo de Keynes explica o desemprego pela rigidez à baixa dos salários. O curioso é que Hicks interpreta o modelo de Keynes pela rigidez da taxa de juro associando essa rigidez à taxa de salário, i.e.. a rigidez da taxa de salário explica a rigidez da taxa de juro, contrariando Keynes, para quem a rigidez do salário se explica pela rigidez da taxa de juro específica da moeda.

Curitba, 17/jan/2009.
Maria M. Prybicz

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

'MINHA VISITA `A PORTO ALEGRE/RS"

“IMPRESSÕES E CONSIDERAÇÕES DE UMA CIDADE”

- Em outubro estive visitando Porto Alegre/RS. – Uma cidade muito bonita, vista por pessoa que a visitou pela primeira vez!
- Tirando as considerações positivas: comércio bem desenvolvido, pessoas educadas, solícitas, gentis. E verificamos as mais menos em virtude de vários problemas que todas as capitais do país e outras cidades do mesmo tamanho e porte de (POA/RS), sofrem por causa da grande concentração urbana.
- Achei-a pouco arborizada na área central, poluída pelo tráfego ininterrupto dos carros e dos ônibus, também muito cimentada na região e proximidades do Porto do Rio Guaíba, e principalmente por ser próximo do rio deveria ter muito mais árvores e plantas plantadas nas suas margens, apesar do Parque Farroupilha ser bastante arborizado um pouco mais ao longe! Mas ainda assim falta muito!
- Não quero que interpretem como uma crítica destrutiva e sim colaborar para que novos administradores que estão entrando na vida pública pelo momento neste mês, verifiquem as condições urbanas centrais e periferia.
A Comunidade local deveria exigir dos novos políticos ingerência no orçamento da cidade em razão de benfeitorias e melhorias na área ambiental que poderão ser agilizadas.
- Fiz amigos queridos na cidade e gostaria de visitá-los outras vezes, inclusive visitar a área metropolitana que preciso conhecer.

Curitiba, 15/janeiro/2009
Maria M. Prybicz
Economista/Professora.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"DESENVOLVIMENTO URBANO"

DECISÕES SOBRE ORÇAMENTO URBANO”

- Os problemas fiscais enfrentados pelos governos urbanos colocam os responsáveis pelas decisões diante de três tipos de alternativa, cada um deles representando um elo separado na cadeia do processo de tomada de decisões. - Envolvendo questões de economia de escala, conveniência administrativa, aspiração à participação comunitária, a extensão das áreas em que haverá evasão de custos e benefícios e considerações sobre a equidade inter-regional e inter-comunitária. A complicação é pelo fato de que as demandas de necessidades públicas que são satisfeitas pelos diferentes níveis de governo não são independentes.
- Os programas do governo central podem ter efeitos adversos sobre os serviços dos governos urbanos. Exemplo disso é subsídio dado à construção de estradas, incentivando o uso do carro particular, levando a um congestionamento cada vez maior do tráfego dentro das cidades e à redução dos incentivos para melhorar o sistema de transporte público coletivo. E uma vez estabelecida à responsabilidade pelo fornecimento dos serviços, os responsáveis pelas decisões têm que escolher entre o financiamento desses serviços pelos impostos e/ou taxas específicas. A maioria é financiada por impostos. Assim, os governos têm a dificuldade de saber se os consumidores deveriam revelar suas preferências! E a ordenação das preferências da comunidade em questão (seja na capital ou no interior do estado) por meio de consulta direta ou por métodos políticos, fornece solução bastante imperfeita. – A liberdade de mudança para áreas que ofereçam uma combinação de serviços públicos que se adapte às preferências individuais, introduz um mecanismo de quase-mercado, reduzindo essa dificuldade.
Se forem necessários impostos para financiar os serviços públicos fornecidos pelos governos urbanos e impostos para os programas do governo central, surgirão problemas de equidade, particularmente às implicações do sistema financeiro em vários níveis no que se refere ao princípio do “tratamento igual de iguais”
- Vamos considerar situação em que governos urbanos são autônomos e diferem do governo central apenas no que diz respeito à área coberta. Suponhamos que todos os serviços são do tipo que beneficia os cidadãos em todo o país, ou do tipo que beneficia somente uma localidade. Nesse caso, o governo federal deverá suprir os serviços do primeiro caso, então, os governos locais suprirão os serviços que beneficiam os cidadãos situados dentro do seu próprio limite. – Objetivo fundamental da existência de diferentes níveis de governo é permitir que os indivíduos que vivem em áreas diferentes exprimam preferências diferentes em relação às necessidades públicas. O que vai ocasionar diferentes níveis de tributação e dos serviços públicos para àquela comunidade em questão (levantada por pesquisas e/ou opiniões formadas pela população). Diferenciação conseqüente no que se refere aos níveis de impostos possa ter efeitos negativos sobre alocação de recursos e alocação ótima da indústria, esse é um custo que a sociedade pode aceitar voluntariamente. – E depois disso, temos a “equidade horizontal” (o princípio de que as pessoas em situações semelhantes ou iguais pagam o mesmo montante total de impostos onde quer que se vivam e/ou residam) pode resultar em irresponsabilidade fiscal, por que os cidadãos de determinada localidade podem votar a favor de serviços públicos adicionais pagando apenas uma fração da elevação dos custos, já que estarão seguros de que o aumento nos impostos locais será compensado por uma redução nos impostos centrais.
- Concluindo, teremos que considerar as economias e deseconomias de escala na prestação de serviços públicos que variam amplamente de serviço para serviço. Para que possam ser mais efetivos, os estudos futuros terão que abandonar a aceitação dos gastos “per capita” como indicador e concentrar-se na determinação da influência das economias de escala sobre os custos por unidade de produto (homogêneo). Onde verificamos que para as autoridades locais de populações de 100.000 a 150.000 habitantes, as economias de escala fazem com que os gastos “per capita” sejam mais baixos, ao passo que além daquele nível as deseconomias se impõem, e os gastos “per capita” aumentam com o aumento da população. Pesquisa limitada realizada em relação à polícia, saúde e bem-estar e limpeza urbana (foram escolhidas vilas e não cidades porque as disparidades em densidade populacional são menores, os três serviços foram escolhidos por causa da uniformidade relativamente regular na qualidade dos serviços prestados) e não se revelou relação significativa entre o tamanho da população e os gastos “per capita”.

Referências:Richardson,Harry W.; Economia Regional (Teoria da Localização,Estrutura Urbana e Crescimento Regional.

Curitiba,14/janeiro/2009
Maria M. Prybicz.
Economista/Professora.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"DESENVOLVIMENTO EM FOCO"

“CRESCIMENTO URBANO”

QUESTÕES ESSENCIAIS - Se existe uma hierarquia do tamanho urbano, existe uma regularidade em sua ordenação? Supondo que exista uma ordenação regular, ela é suficientemente geral para que possa ser aplicada a todas as sociedades ou só se refere às sociedades que atingiram determinado nível de desenvolvimento econômico? E, mais importante que tudo mais, a hierarquia do tamanho urbano permanece a mesma no decorrer do tempo e, se é possível determinar uma teoria ou lei que descreva a hierarquia, elas são capazes de prever o curso geral do crescimento urbano no sistema em seu conjunto?
- Das tentativas feitas para responder essas perguntas, a mais conhecida é a regra do “rank size” associada à obra de H.W.Singer e G.K.Zipf.
Em sua forma mais simples, - essa regra afirma que a população de uma cidade (qualquer na sua forma generalizada) tende a ser igual à população da cidade maior dividida pelo rank que ela ocupa dentro da hierarquia urbana em termos de tamanho.
- Essa fórmula básica na prática é frequentemente modificada por uma constante com objetivo de obter uma adaptação melhor à distribuição. Assim - podemos escrever:

RⁿPR = M

Onde M e n = constante, sendo que n deve ser positivo
PR = população da cidade R no sistema
R = size rank da cidade R no sistema.

Quando R=1, a equação impõe, a despeito do valor de n, que P=M. Portanto a constante M é igual ao tamanho da maior cidade do sistema. E se existe X cidades, cada uma com tamanho não inferior ao limite mínimo Px, o tamanho da cidade de rank X sendo Px, a equação exige que:

Xⁿ Px = M = P1

Onde o tamanho da cidade maior é P1 ou M.
- Essa regra descreve uma progressão harmônica de cidades dentro da hierarquia urbana. Existem dificuldades óbvias para testar a hipótese!
Exemplo: as fronteiras nacionais podem ser a forma mais conveniente de traçar os limites geográficos do sistema, mas não a mais apropriada. Casos, como no município grande com uma zona industrial altamente desenvolvida em um extremo cercado nos outros três lados por regiões estéreis e fracamente povoado, os limites apropriados do sistema seriam subnacionais; em outros casos, o sistema ótimo seria internacional/global. Muitos testes foram feitos em relação aos Estados Unidos, e a regra pode aplicar-se melhor a sistemas de cidades contidos em um grande território, economicamente desenvolvidos, nem muito densos e nem muito esparsamente povoado e com a maioria das cidades na hierarquia desempenhando funções regionais ou sub-regionais essenciais.
- Mas existem consideráveis variações internacionais nos padrões de urbanização, algumas das quais refletem o desequilíbrio no desenvolvimento urbano que certamente contradiz a regra do rank size.
- Existe evidência empírica de que países em desenvolvimento não apresentam a mesma facilidade para aplicação da regra que os países mais economicamente mais avançado-desenvolvidos! – Índice de primazia pode ser estimado dividindo-se a população da cidade maior pela (ou pela soma de qualquer número de cidades colocadas logo abaixo da primeira na hierarquia numérica). – Se o índice excede determinado valor prefixado, ou o sistema não é considerado, então, o peso da cidade maior pode ser reduzido. – Existem determinadas forças básicas operando no sentido do equilíbrio entre cidades concorrentes e resultando em um crescimento continuado em todos os centros do sistema e - é possível que determinadas cidades subam e/ou desçam na hierarquia urbana. – A instabilidade no ranking pode indicar taxas desiguais de crescimento econômico nas diferentes regiões do nosso país. Uma possibilidade seria bom comparar mudanças no índice de desvio com mudanças na taxa de crescimento da economia para esclarecer se e como o padrão crescimento urbano corresponde a mudanças na expansão da economia em seu conjunto.

Certa relação entre a regra de rank size e a proporção da população urbana, segundo analistas diversos sugeriram que o índice de urbanização (ou seja, a proporção total da população que vive em comunidades urbanas acima de determinado tamanho prefixado) pode ser relacionado ao número total de comunidades acima daquele tamanho do seguinte modo:

U = ₐ√N

- onde U = índice de urbanização
N = número total de comunidades
ₐ = uma constante (ou, possivelmente, uma variável paramétrica, ou seja, parâmetro relativamente frouxo, geometricamente falando).

- Se essa relação é verdadeira, isso pode indicar um equilíbrio entre as atrações exercidas pela vida rural e pela vida urbana!

Ctba, 13/janeiro/09
Maria M. Prybicz

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"CIÊNCIA E/OU DEUS"

SHERMER – “CIÊNCIA E/OU DEUS”

SHERMER - Diz ele que a ciência não torna a crença em Deus obsoleta, mas que torna o próprio Deus obsoleto (está lá, na última frase do ensaio). Só que, para isso, é preciso levar a ciência às últimas conseqüências. "A maioria das religiões ocidentais descreve Deus como onisciente e onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis [de fato, esse é um artigo do Credo niceno-constantinopolitano], um Designer Inteligente capaz de construir o universo, a Terra, a vida, e nós", afirma Shermer. Pois bem: então, o que chamamos de "Deus" poderia muito bem ser... um alienígena extremamente poderoso e inteligente! Shermer até elabora uma "lei" à qual dá seu nome, segundo a qual não seria possível diferenciar "Deus" de qualquer inteligência extraterrestre suficientemente avançada.
O raciocínio de Shermer é o seguinte: devido ao tamanho do universo, e à nossa atual tecnologia, se um dia fizermos contato com algum ET, ele será inevitavelmente mais inteligente que nós, pois terá chegado mais perto de nós do que nós teríamos chegado perto dele. E, considerando os avanços da ciência humana, em 50 anos conseguimos um poder, por exemplo, sobre nossos genes que era inimaginável. Se mostrássemos a um homem de 1950 um rato com uma orelha humana nas costas, ele jamais acreditaria que "fomos nós" que fizemos aquilo. Pois bem: imaginemos um alien que estivesse 50 mil anos à nossa frente em desenvolvimento tecnológico. Que coisas ele não seria capaz de fazer, e que seriam inexplicáveis para nós? E 50 mil anos nem seriam tanta coisa assim. E se o extraterrestre estivesse, sei lá, 1 milhão de anos à nossa frente? Ele não poderia criar estrelas, quem sabe um universo inteiro? "Como chamaríamos uma inteligência capaz de criar um universo, estrelas, planetas, e vida? Se nós conhecêssemos a ciência e a tecnologia envolvidas, chamaríamos de inteligência extraterrestre; se não conhecêssemos, chamaríamos de Deus", conclui. Ou seja, os deuses eram mesmo astronautas...
O problema de Shermer é o mesmo que eu já havia apontado lá no primeiro ensaio, do Steven Pinker: cria-se um Deus ao seu modo para que se possa espancá-lo convenientemente. De fato, as propriedades do Deus judaico-cristão (é inevitável pensar que estejamos falando desse Deus) incluem aquelas citadas pelo editor da Skeptic; mas não se resumem àquilo. Para ser Deus, por exemplo, Ele tem de ser eterno e ser causa primeira de todas as coisas; mas o super-alien de Shermer não é nada disso, como ele mesmo diz: "o único Deus que a ciência poderia descobrir seria um ser natural, uma entidade que existe no espaço e no tempo, e é limitada pelas leis da natureza." A questão é que um ser assim simplesmente não pode ser Deus! Shermer continua, talvez sem perceber o tiro no pé: "um Deus sobrenatural seria tão totalmente um Outro que ciência nenhuma poderia conhecê-Lo." Essa frase faz muito sentido – e talvez por isso mesmo ela derrube todo o resto do ensaio. Ninguém está presumindo que Deus seja "captável em laboratório". Pelo menos não os crentes sensatos. Deus efetivamente é sobrenatural. Então, se tal Deus não pode ser conhecido pela ciência, conseqüentemente também não pode ser negado por ela; assim, a ciência, no fim das contas, não poderia tornar Deus obsoleto. Bem o contrário do que Shermer diz.
Quando os espanhóis desembarcaram no Novo Mundo, os povos pré-colombianos também acharam que aqueles caras que vinham do mar num negócio enorme de madeira eram deuses. Pode ter demorado um pouco, mas os índios descobriram que não era bem assim. Por que seria diferente com o super-alien de Shermer?
"- Podemos controlar nosso destino e de outras pessoas"? (E Deus pode?)
Ctba, 12/janeiro/2009
Maria M. Prybicz

sábado, 10 de janeiro de 2009

"EM TEMPO!" "DISCURSO DO PAPA"

PAPA BENTO XVI (FÉ E CIÊNCIA)

(...) a afirmação que vem no início do relato da criação: lá se fala do espírito criador que paira sobre a água, cria o mundo e continuamente o renova. A fé no espírito criador é um conteúdo essencial no Credo cristão. O fato de que a matéria traga em si uma estrutura matemática - seja plena de espírito - é o fundamento sobre o qual se apóia a moderna ciência da natureza. Somente porque a matéria é estruturada de modo inteligente, o nosso espírito é capaz de interpretá-la e de ativamente remodelá-la. O fato de esta estrutura inteligente provir do mesmo Espírito criador que deu o espírito também a nós implica igualmente uma tarefa e uma responsabilidade. Na fé acerca da criação está o fundamento último da nossa responsabilidade em relação à Terra. Ela não é simplesmente uma propriedade nossa de que podemos usufruir segundo nossos interesses e desejos. É antes um dom do Criador que nela desenhou um ordenamento intrínseco e com isso lhe deu o sinal orientador a que devemos nos ater como administradores de sua criação. O fato de a Terra, o cosmo, refletirem o Espírito criador significa bem que a sua estrutura racional - que, além da ordem matemática, no experimento é tornada quase palpável - traz em si também uma orientação ética. O Espírito que lhes plasmou é mais que matemática: é o Bem em pessoa que, mediante a linguagem da criação, nos indica a estrada da vida correta.
- TIRADA DO MESMO DISCURSO:
Parte integrante da festa é a alegria. A festa pode ser organizada; a alegria, não. Esta só pode ser oferecida como dom; e, de fato, nos tem sido dada abundantemente, e somos gratos por isso. Como São Paulo afirma que a alegria é fruto do Espírito Santo, da mesma forma também João em seu Evangelho uniu intimamente o Espírito e a alegria. O Espírito Santo nos dá a alegria. Ele é a alegria. A alegria é o dom no qual se resumem todos os outros dons. É a expressão da felicidade, do estar em harmonia consigo mesmo, que só pode derivar da harmonia com Deus e com sua criação.
'- E o sorriso faz parte também integrante da alegria harmônica da felicidade!'
Fonte: Gazeta do Povo
Ctba,10/janeiro/2009
Maria M. Prybicz
(Obs.:o grifo é meu).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"ESCOLA É REDE SOCIAL"


No fim de semana, os dois principais jornais do país continuaram repercutindo o debate sobre o ensino do criacionismo nas escolas. No sábado, a Folha de S.Paulo publicou a visão do Ministério da Educação sobre o assunto. Resumindo: embora o ministério não possa forçar nada goela abaixo das escolas, para o MEC o criacionismo não deve ser ensinado em aula de ciências, segundo a secretária da Educação Básica, Maria do Pilar. Uma de suas frases: "[O ensino do criacionismo como ciência] é uma posição que consideramos incoerente com o ambiente de uma escola em que se busca o conhecimento científico e se incentiva a pesquisa." É sobre essa frase que eu gostaria de me debruçar um pouco.
Até onde se divulgou por aí, não parece que o criacionismo esteja sendo ensinado como ciência – apesar de ser ensinado na aula de Ciências. Colocar Darwin e o criacionismo lado a lado em sala de aula não significa, necessariamente, colocar os dois no mesmo patamar de conhecimento.
Vejo a questão do seguinte modo: Temos um fato – existe o universo, existe vida, e as espécies vão se modificando com o tempo, dando origem a novas espécies, e por aí vai. Pois bem: existe uma teoria científica que explica parte desses fatos (Darwin nunca se propôs a desvendar a origem do universo ou da vida, certo?); e temos uma outra teoria, não-científica (se entendermos "ciência" como aquela produzida em laboratório – afinal, Filosofia e Teologia também são ciências. O que quero dizer é que o criacionismo não pode ser "falseável", como se diz de toda teoria científica), que se propõe a explicar esses mesmos fatos. Até faz sentido que essas duas teorias sejam apresentadas em conjunto na aula de Ciências, pois são explicações diferentes para as mesmas realidades; só não faz sentido que as duas sejam consideradas igualmente científicas. Sim, são nuances, mas que fazem diferença. E parece que alguns educadores entendem essas nuances, pelo que se pode ver no depoimento de alguns educadores citados mais no fim da reportagem.
E ontem o caderno Aliás, do Estadão, trouxe uma matéria de página inteira com Roseli Fischmann, coordenadora da área de Filosofia e Educação da pós em Educação da USP. Diz a reportagem que o "pisca-alerta" de Roseli acendeu quando ela viu que escolas confessionais estavam ensinando criacionismo na aula de Ciências. O meu pisca-alerta também acendeu quando li a matéria.
Quando Roseli diz "levar o criacionismo para as aulas de ciências misturado aos conceitos da teoria evolucionista é uma distorção. Não dá para confundir as lógicas. O campo da ciência não é o da salvação, nem o da iluminação, nem o do ser infalível", ela ignora justamente a nuance que eu expus acima. Ninguém está falando de salvação, de pecado, e sim de uma versão religiosa para um fato científico. A salvação, essa sim fica apenas para a aula de Religião.
Mais tarde, Roseli vai dizer "então voltamos à imposição do criacionismo de algumas escolas no currículo de ciências. Não oferecer o conhecimento científico é sonegar esse direito às crianças e aos adolescentes". Opa, olha a falácia! Por acaso alguma das escolas cujos currículos vêm sido revirados ao longo destes dias simplesmente não ensina Darwin? Se todas ensinam a evolução, não se pode dizer que alguém esteja "sonegando o direito ao conhecimento científico".
- Considerando que precisamos cuidar de nossas crianças objetivando a "Educação do Futuro" - O MEC deve reavaliar os métodos e os currículos escolares! Maria M. Prybicz
Fonte: Gazeta do Povo
Ctba, 09/janeiro/2009
Maria M. Prybicz

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"QUESTÕES PARA ENTENDER O TREMOR NA ECONOMIA GLOBALIZADA"

10 QUESTÕES PARA ENTENDER O TREMOR NA ECONOMIA

da Folha de S.Paulo
Postado por BLOG DO ENRIQUEZ.

- O que era uma onda de calotes no mercado imobiliário dos Estados Unidos se transformou em uma crise nos mercados de ações, de crédito e de câmbio do planeta - e os efeitos já começam a chegar ao comércio, aos empregos e ao cotidiano de todos. As próximas páginas procuram trazer à linguagem comum as origens da crise, a dinâmica do mundo financeiro e os desafios a serem enfrentados pelo Brasil.

Leia a seguir dez explicações que ajudam a entender a atual crise:

1 - Como um momento de euforia econômica se transforma em pânico financeiro?
2 - Se as autoridades culpam os especuladores, por que a especulação não é coibida?
3 - Por que os bancos quebram? Por que são socorridos?
4 - De onde os bancos centrais tiram dinheiro para injetar nos bancos?
5 - Se as ações não estão diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam?
6 - Por que o governo não consegue controlar a cotação do dólar?
7 - O que acontece em uma recessão?
8 - Por que o Brasil tende a crescer menos?
9 - Por que as empresas brasileiras que nada têm a ver com as origens da crise tiveram prejuízos milionários?
10 - Quais são as opções do governo brasileiro para lidar com os efeitos da crise?

1 - Como um momento de euforia econômica se transforma em pânico financeiro?

Crises especulativas como a atual - documentadas desde o século 17, com dimensões variadas - são sempre gestadas em momentos de juros baixos e crédito farto, mais comuns em fases de prosperidade. E a economia mundial vivia o melhor momento desde a década de 70.

O acesso mais fácil ao dinheiro reduz a noção geral de risco. Tanto profissionais do mercado quanto cidadãos comuns se tornam mais propensos a investimentos ousados, em busca de lucros mais altos e rápidos.

Nesse cenário, surgem as 'bolhas': um tipo de investimento - sejam ações, moedas, imóveis, empréstimos ou, em tempos mais remotos, canais, ferrovias e até tulipas - se torna uma mania e se valoriza muito além das reais possibilidades de retorno. Cria-se um círculo vicioso: quanto mais gente entra no mercado, mais ele se valoriza; quanto mais se valoriza, mais gente entra.

No caso atual, a bolha foi criada no mercado imobiliário americano, antes de se disseminar por outros mercados e países. Casas e apartamentos com preços em alta serviam de garantia para financiamentos imobiliários que ajudavam a elevar os preços. A espiral culminou em financiamentos de altíssimo risco para clientes sem capacidade de pagamento.

Os participantes do mercado sabem que a festa não vai durar para sempre. Paradoxalmente, isso estimula a corrida à especulação: os investidores querem aproveitar a oportunidade antes do estouro da bolha.

Como se sabe que a situação é insustentável, o primeiro sinal - quebra de banco, disparada de uma moeda, moratória - causa pânico geral, e todos querem fugir ao mesmo tempo e multiplicam as perdas. Decisões individuais racionais, portanto, podem levar a comportamentos coletivos irracionais.

2 - Se as autoridades culpam os especuladores, por que a especulação não é coibida?
Os especuladores, tratados no coletivo e no anonimato, são bodes expiatórios convenientes quando as crises explodem. Evoca-se a antipatia dedicada aos gananciosos que desejam enriquecer sem produzir, deixando em segundo plano os questionamentos à política econômica ou à atuação dos órgãos reguladores.

Propostas para restringir a especulação são antigas e periodicamente lembradas. A mais famosa, do economista americano James Tobin, é a de criar um imposto sobre todas as transações financeiras, uma espécie de CPMF global, para tornar mais lentos e mais caros os movimentos do mercado. Nas palavras de seu idealizador, jogar 'um pouco de areia' nas engrenagens do sistema.

Passadas as crises, no entanto, as ameaças e limites impostos aos especuladores são esquecidos ou contornados. Em parte porque o setor financeiro é influente no mundo das idéias e da política, mas, principalmente, porque a especulação é um dos motores da economia de mercado.

Os especuladores - aqueles unicamente interessados em comprar e vender com lucro - viabilizam e expandem os mercados de ações, de moedas e de títulos. Se não fosse a especulação, só compraria ações, por exemplo, uma meia dúzia de fato interessada em se tornar sócia de uma empresa.

A riqueza financeira se distancia cada vez mais dos valores que enxergamos diariamente. Em 1980, o volume de dinheiro aplicado no mercado financeiro era 20% superior à riqueza produzida no mundo. Em 2006, mais de 200%.

O Produto Interno Bruto global, no período, quase quintuplicou, de US$ 10 trilhões para US$ 48 trilhões. Mais espantoso foi o salto do volume de dinheiro aplicado nos bancos, em títulos e ações, que foi de US$ 12 trilhões para US$ 167 trilhões. Mais dinheiro no mercado significa mais possibilidades de investimento e crescimento - e mais riscos também.

3 - Por que os bancos quebram? Por que são socorridos?

Uma pessoa ou uma empresa quebrada é a que não consegue pagar suas dívidas. Um banco quebrado é o que emprestou dinheiro a quem não conseguiu pagar as dívidas, como mutuários do subprime americano.

O papel do sistema financeiro é intermediar o encontro entre os que desejam poupar e os que desejam investir. Sua tarefa é selecionar pessoas e empresas mais aptas a progredir e a conseguir pagar com juros o dinheiro recebido. Os menos aptos pagam juros maiores para compensar o risco.

Nos financiamentos imobiliários tradicionais, o banco empresta recursos da poupança. Para os mutuários sem emprego, sem documentos e sem garantias dos EUA, a operação foi muito mais sofisticada.

Os empréstimos serviram de base para títulos que proporcionavam a seus compradores os superjuros cobrados nos financiamentos imobiliários. De pequeno valor unitário e livremente negociável, títulos permitem que os credores se tornem múltiplos e anônimos.

Os títulos, por sua vez, serviram de base para derivativos, ou seja, contratos em que as partes perdem ou ganham a partir da variação de um ativo financeiro, muito semelhante a uma aposta num cassino.

A sofisticação não removeu o obstáculo mais prosaico e previsível: os pobres - coitados que habitam a economia real não puderam mais pagar as dívidas.

Administradores de poupança pública, os bancos podem provocar perdas generalizadas ao quebrar. E, quanto maior o erro, maior a chance de socorro por governos que querem evitar ou atenuar uma onda de falências e desemprego.

4 - De onde os bancos centrais tiram dinheiro para injetar nos bancos?

Os bancos centrais, mesmo os que estão formalmente subordinados a governos, como o brasileiro, têm poder de decisão para movimentar diariamente enormes quantias, necessárias para a execução da política monetária, ou seja, de controle do volume de dinheiro e crédito na economia.

Dos seus superpoderes, o mais usual e importante são as operações de mercado aberto, em que se negociam títulos com bancos. Quando querem elevar a oferta de moeda e reduzir juros, os bancos centrais compram títulos - como fizeram na semana passada os seis principais BCs do mundo.

Quando se deseja um aperto monetário, como o BC brasileiro vem fazendo para conter a inflação, vendem-se títulos, e há menos dinheiro na praça. Os juros dessas operações servem de base para as demais operações da economia e, por isso, são chamados de "taxa básica".

Para regular a oferta de crédito, os bancos centrais recolhem parte dos depósitos em contas correntes e aplicações financeiras. Nos últimos dias, o BC brasileiro liberou mais de R$ 100 bilhões desse recolhimento compulsório para tentar conter queda do volume de empréstimos e financiamentos.

Por fim, os bancos centrais têm o papel de atender, a seu critério, bancos que não conseguem obter no mercado recursos para operações diárias. Por maiores que sejam, esses empréstimos à base de emissão de moeda só resolvem problemas momentâneos de liquidez.

Se o banco tem problemas patrimoniais, ou seja, se o dinheiro dos devedores for insuficiente para saldar compromissos, seus donos têm de entrar com mais capital. Se não têm dinheiro, a solução do momento é achar um sócio - o governo, ou, mais exatamente, dinheiro dos contribuintes.

5 - Se as ações não estão diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam?

Quem compra ações se torna sócio de uma empresa e, portanto, espera lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. Se as expectativas para os próximos meses e anos se tornam sombrias, os investidores se desfazem das ações, e o movimento de venda em massa derruba os preços.

Ainda que a maior parte dos participantes do mercado não queira relações duradouras com as empresas, mas apenas comprar e vender com vantagem suas participações, a valorização das ações depende das perspectivas para a empresa em particular e para o mercado em geral.

Ações de empresas diretamente envolvidas na crise, como as de bancos que se aventuraram no crédito arriscado ou nos derivativos a ele atrelados, tendem a cair mais, mas as demais tampouco estão a salvo.

Os mercados financeiros são interligados em todo o mundo. Um investidor que teve prejuízo com derivativos no Japão, por exemplo, pode ser obrigado a vender ações no Brasil para cobrir as perdas.

Ações são o que se chama de investimento de renda variável. Diferentemente de quem aplica na poupança ou em um CDB, os compradores de ações não sabem quanto nem quando vão ganhar. Sabem apenas que pretendem ganhar mais do que oferecem as opções conservadoras de renda fixa.

Não por acaso, há uma sucessão frenética de compras e vendas nas Bolsas, o que faz o índice geral das ações alternarem altas e baixas em questão de minutos. O mercado brasileiro, com grande presença de capital estrangeiro e concentrado nas ações de poucas empresas grandes, como a Petrobras e a Vale do Rio Doce, tende a ser ainda mais volátil - ou seja, apresentar percentuais mais elevados de alta ou de baixa - do que a média das Bolsas de Valores do mundo.

Emoções à parte, quando se observa o comportamento do mercado em períodos mais longos, medidos em décadas, a tendência geral é sempre de alta - porque, afinal, também assim funciona, aos trancos e barrancos, o capitalismo.

6 - Por que o governo não consegue controlar a cotação do dólar?

O câmbio é o preço mais importante da economia, mais ainda em países, como o Brasil, cujas moedas não são aceitas como pagamento de importações ou pagamento de dívidas com o exterior.

O preço do dólar afeta o comércio, a inflação, as contas do governo, o crescimento econômico e a popularidade dos governantes.

Ainda assim, o governo passou os últimos anos tentando, sem sucesso, segurar a valorização do real - e as últimas semanas tentando, também inutilmente, deter a disparada do dólar. Devido a essa incapacidade, proclama-se oficialmente, desde 1999 que o câmbio é livre no Brasil.

Não é difícil entender: o mercado de câmbio é o maior dos mercados financeiros, com movimento diário de US$ 3 trilhões a US$ 4 trilhões que podem ir de um extremo a outro do planeta em alguns segundos.

Mesmo as nada desprezíveis reservas de US$ 200 bilhões acumuladas pelo Banco Central poderiam virar farelo se o governo tentasse, como no passado, administrar sua taxa de câmbio em um cenário de livre fluxo de capitais.

Para manter o câmbio, o governo precisa atender aos movimentos de compra e venda do mercado: se falta dólar, precisa vender suas reservas para ampliar a oferta e evitar uma disparada das cotações; se sobra, compra o excesso para manter o preço estável.

Nos últimos meses de câmbio administrado, o país precisava paralisar sua economia com juros de 40% ao ano na tentativa de atrair os dólares necessários.

Mas esse não é um caso de incompetência nacional. Os Estados Unidos e o Japão adotaram o câmbio flutuante na década de 70, e a Europa, nos 90.

Onde houve liberdade, o fluxo de capitais derrubou o sistema de cotações que havia sido acertado entre os países na conferência de Bretton Woods, em 1944 - a última iniciativa de controle das finanças globais, sempre lembrada em tempos de crise e esquecida logo depois.

7 - O que acontece em uma recessão?

Uma recessão começa quando investidores acreditam que à hora não é boa para investir e consumidores crêem que a hora não é boa para consumir. E, na tentativa de protegerem sua riqueza, todos empobrecem.

O desalento não é um mero estado de espírito. Empresas e famílias afetadas pela crise perderam efetivamente condições de investir e consumir, como os donos de ações e imóveis que perderam valor. Não se trata de um caso em que uns perdem e outros ganham, num jogo de soma zero: essa riqueza simplesmente desapareceu.

Quando não se confia no futuro, o medo toma o lugar da ganância. Evita-se emprestar dinheiro e procura-se poupar para dias difíceis. Mas, com a retração de investimento e consumo, empresas vendem menos; com a queda nos lucros, há mais demissões; com menos renda, as famílias cortam o consumo, e o ciclo recomeça.

Tecnicamente, os economistas consideram que há uma recessão quando o PIB (Produto Interno Bruto) cai por dois ou três trimestres consecutivos. Quando se imagina uma queda profunda e prolongada do PIB, fala-se, mais dramaticamente, em depressão - mas, após a década de 30, nenhum período da história econômica mundial chegou a merecer o termo.

Recessões mundiais são raras: na história recente, não há casos de anos em que o PIB global tenha terminado menor do que começou. Em 1982, em meio à crise da onda de calotes do Terceiro Mundo, a economia mundial cresceu 0,9%, e desde então não houve resultado pior. No Brasil, a pior recessão ocorreu em 1990, quando o Plano Collor confiscou depósitos bancários e o PIB caíram 4,4%.

8 - Por que o Brasil tende a crescer menos?

Depois de dois anos seguidos de expansão econômica na casa dos 5%, o governo já decretava que fazia parte do passado a comparação entre o crescimento brasileiro e um vôo de galinha. Agora, a galinha está prestes a pousar mais uma vez.

Não há, até o momento, previsões de recessão, mas é consensual que os percentuais de crescimento serão mais modestos em 2009. Andar mais devagar não é tão ruim quanto andar para trás, mas os efeitos econômicos e políticos são da mesma natureza.

O Brasil já sofre com a retração mundial do crédito. Boa parte do dinheiro emprestado aqui dentro é obtida lá fora. Com recessão nos Estados Unidos e na Europa, encolhe o mercado para as exportações brasileiras, que também cairão de preço. Multinacionais tendem a cancelar ou adiar planos de expansão no país.

Outra ameaça é a recente disparada do dólar, que não se sabe onde ou quando vai parar. Se o dólar se mantiver alto, importações ficarão mais caras e a inflação tenderá a subir. Nesse caso, o Banco Central, na contramão do resto do mundo, poderá optar por subir ainda mais os juros e conter o consumo, o investimento, o crescimento e os preços.

9 - Por que as empresas brasileiras que nada têm a ver com as origens da crise tiveram prejuízos milionários?

Empresas entram no mercado de derivativos para se protegerem de perdas, enquanto os especuladores assumem os riscos para ganhar. Sadia, Aracruz e Votorantim - entre muitas outras, teme-se - acabaram participando de uma tentativa de fazer as duas coisas.

Embora o nome cause estranheza, derivativos fazem parte do cotidiano de quem faz, por exemplo, o seguro de um automóvel. O dono do carro não quer sair mais rico do negócio; quer simplesmente uma operação que, se for preciso, renderá dinheiro suficiente para cobrir possíveis prejuízos de sua atividade de motorista. É o que se chama de hedge.

Na outra ponta da operação, está um especulador apostando que o carro não será batido nem roubado, a seguradora. Se a aposta estiver correta, ela ficará com o prêmio pago pelo dono do carro.

Os demais derivativos podem ser mais complexos, mas seguem os mesmos princípios. Empresas exportadoras, com receita em dólar, buscam se proteger de uma desvalorização vendendo a moeda americana no mercado futuro por uma cotação considerada razoável. Se o dólar mudar de patamar, a perda em receita será compensada pelo derivativo.

Como o dólar caía sem parar, os bancos passaram a oferecer às empresas operações que prometiam ganhos superiores ao necessário para cobrir riscos de perdas. O que era hedge virou especulação. E dava lucro, até a crise provocar uma alta inesperada do dólar - que, se não for revertida, poderá revelar mais empresas no jogo e perdas maiores.

10 - Quais são as opções do governo brasileiro para lidar com os efeitos da crise?

A primeira reação do governo tem sido tentar evitar ou atenuar a secura de crédito, cuja expansão foi um dos motores da economia brasileira nos últimos anos, embora retórica oficial prefira dar mérito ao PAC.

Mas, como aconteceu em todas as crises recentes, o país pode ser obrigado a escolher entre crescimento e inflação - sacrificar o primeiro para evitar a segunda ou, na alternativa menos conservadora, tentar acelerar um correndo o risco de impulsionar a outra.

No primeiro caso, a receita é conhecida: os juros são mantidos ou até elevados, e o mesmo é feito com a meta de superávit primário (a parcela da arrecadação tributária destinada ao abatimento da dívida pública). As medidas reduzem o consumo público e privado, esfriam a economia e ajudam a impedir que a alta do dólar se transforme em aumento da inflação.

Esse era o cenário traçado antes do agravamento da crise, quando as atenções do governo se voltavam para a rápida piora da balança comercial, efeito colateral do consumo em alta. O projeto de Orçamento de 2009 já contempla a possibilidade de aumentar superávit primário.

Mas a perspectiva de contração econômica acima do esperado levou setores menos ortodoxos da equipe econômica a falar, até aqui no anonimato, em medidas pró crescimento, de mais gastos públicos, menos impostos e menos juros. É o que os economistas chamam de política anticíclica: quando a economia vai bem, o governo faz mais economia; quando vai mal, se gasta. No caso brasileiro, já não há mais tempo para a primeira parte do plano.

Ctba, 08/janeiro/2009

Maria M. Prybicz

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"CRISE 2008, SEUS EFEITOS"

“CRISE 2008”
A BOLHA DO CRÉDITO
Entenda a crise do crédito
Confira os principais acontecimentos da crise econômica, que começou com os empréstimos de risco nos Estados Unidos.
Um período de forte disponibilidade de recursos (liquidez) no mercado internacional gerou um esgotamento de clientes no segmento de financiamento imobiliário e hipotecas nos Estados Unidos. Com recursos sobrando e poucos consumidores com bom histórico de pagamento disponível, os bancos passaram a emprestar dinheiro nestas modalidades a pessoas que tinham menos garantias.

OS EFEITOS NO BRASIL
Entenda a crise do crédito
Confira os principais acontecimentos da crise econômica, que começou com os empréstimos de risco nos Estados Unidos.
O agravamento da crise de crédito no exterior começou a ter reflexos nas economias emergentes, que antes eram tidas como "blindadas" contra a crise. No Brasil, em 24 de setembro, o Banco Central (BC) tomou sua primeira medida. A autoridade monetária brasileira adiou a implementação de um recolhimento compulsório, a ser feito em títulos federais, sobre leasing.
No começo de outubro, em face de uma retração mais severa de crédito, o BC decidiu flexibilizar a regra do recolhimento compulsório para depósitos bancários a prazo - apontado pelos bancos como justificativa para o spread bancário (diferença entre os juros de captação do dinheiro pelo banco e os que são cobrados a empresas e pessoas físicas). Na época, a medida foi apontada como capaz de irrigar a economia com até R$ 23,5 bilhões.
Dias mais tarde, o Banco Central modificou novamente as regras, autorizando as instituições financeiras a abater do volume do compulsório o valor das carteiras de crédito que venham a adquirir de outros bancos pequenos e médios (com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões).
Em face de uma queda de 15% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em 6 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião Conselho Político da Coalizão (que reúne sua base de apoio no Congresso Nacional), decidiu editar uma medida provisória permitindo ao Banco Central comprar a carteira de crédito de bancos pequenos.
A medida serviria para evitar que as instituições financeiras, caso ocorressem problemas de liquidez, tenham de vender suas carteiras e preços irrisórios e assim evitar quebras como as vistas nos Estados Unidos.
No dia 13 de outubro, o BC editou nova circular, pré-disponibilizando de forma integral os recursos referentes a alguns recolhimentos compulsórios de depósitos bancários. A medida, com impacto potencial de R$ 100 bilhões, ficou condicionada às necessidades do mercado.
No dia seguinte, a autoridade monetária reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 42% - ação com impacto estimado de R$ 3,6 bilhões.
Além dos reflexos na concessão de crédito, o agravamento da crise financeira também trouxe turbulência na cotação do dólar ante o real. A moeda americana teve alta de cerca de 50% em relação à brasileira no espaço de dois meses (agosto, setembro e começo de outubro).
A escassez de dólares no mercado forçou uma atuação do BC, que passou a vender moeda das reservas internacionais, contratos futuros e com compromisso de recompra para tentar estancar a alta da divisa ante o real.

BOLSAS REGISTRAM PERDAS HISTÓRICAS
Entenda a crise do crédito
Confira os principais acontecimentos da crise econômica, que começou com os empréstimos de risco nos Estados Unidos
A venda de papéis atrelados ao mercado subprime, por parte dos bancos, como opções de investimento, trouxe pânico às bolsas de valores pelo mundo após o colapso deste segmento imobiliário, ocorrido principalmente nos Estados Unidos.
O agravamento da crise levou o Dow Jones, principal índice da bolsa de Nova York, a acumular perdas de cerca de 30% em 2008, além de quebrar dois recordes históricos: maior queda em pontos para um só dia (777,68 em 29 de setembro) e maior queda percentual desde o crash de 1987 (7,87% em 14 de outubro).
No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu a euforia com a conquista do investment grade, por parte do País, no meio do ano. De seu pico, em 20 de maio, aos 73.516 pontos, o índice perdeu 50,49% até o fechamento do dia 17 de outubro, aos 36.399 pontos.
O vai-e-vem das expectativas, levadas pelos anúncios de pacotes de resgate do sistema financeiro pelo mundo, levou a bolsa brasileira a ter uma alta de 14,66%, em 13 de outubro, a cair 11,39% dois dias depois.
A pressão foi sentida em outros mercados, como o de Tóquio – também fortemente ligado a empresas exportadoras, onde a bolsa teve, em 8 de outubro, uma queda de 9,38% - a segunda maior da história. Na semana seguinte, em 16 de outubro, a bolsa japonesa voltou a tombar e a queda de 11,4% passou a ser a segunda maior do índice.
A crise financeira também teve reflexos na cotação do preço do petróleo, que, em 2008, tinha batido uma série de recordes históricos, chegando ao patamar de US$ 140. Com os temores de redução na demanda pela commodity, o barril passou a ser negociado próximo do patamar dos US$ 70 por barril, metade do pico de 2008.
Fonte:
Terra(Invertia - Economia)
Ctba, 05/janeiro/2008
Maria M. Prybicz

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"CRISE NO CAPITALISMO"

“CRISE NO CENTRO DO CAPITALISMO”
2008 ficará na história como o ano em que os fundamentos capitalistas foram colocados em xeque. A economia mundial sofreu o maior abalo desde a grande depressão de 1929, e o Brasil não saiu ileso.
A enxurrada de bancos e seguradoras quebrando levou o pânico às bolsas de valores do mundo todo, que sofreram no mês de setembro quedas há muito não sentidas, com grandes perdas para os investidores. Foi o início da fase mais aguda de uma crise econômica que se anunciava há mais de um ano. A moeda norte-americana, que vinha sofrendo desvalorização ante moedas como o real, “sumiu” do mercado especulativo e passou a viver seus dias de supervalorização. Dos cinco maiores bancos norte-americanos de investimentos, três sucumbiram à crise.
Bancos centrais de outros países, como Japão, Suíça, Inglaterra, Canadá, além do Banco Central europeu, injetaram cerca de US$ 360 bilhões no mercado para tentar evitar o que já é considerada a pior crise nos últimos 70 anos.
Em outubro, os índices das bolsas de valores mundo afora oscilaram de -10% a +10%. Os circuit breakers, que não eram usados desde setembro de 2001, entraram em ação como nunca. Aqui no Brasil, deu a louca também no dólar. A moeda norte-americana, que no início de agosto foi cotada a R$ 1,56, chegou a ser negociada a R$ 2,52. Só no mês de outubro, sua cotação subiu 21%.
A crise econômica foi tamanha que França, Alemanha e Reino Unido pediram uma revisão do sistema financeiro internacional cujas bases foram lançadas na Conferência de Bretton Woods, em julho de 1944. E propuseram que os líderes do G-8 e as principais economias emergentes se encontrassem em novembro para debater o tema. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, falou até em “refundação global do capitalismo”.
O governo norte-americano saiu em socorro de suas instituições financeiras. O congresso daquele país aprovou um pacote de US$ 700 bilhões para comprar ações de instituições com problemas de liquidez. Na Inglaterra, o primeiro-ministro Gordon Brown anunciou um pacote de 500 bilhões de libras esterlinas (US$ 867 bilhões) para socorrer o sistema bancário do país.
Por aqui, o governo brasileiro anunciou MP para que os bancos oficiais pudessem comprar participações em instituições financeiras menores. Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse que ajudaria empresas exportadoras em dificuldades após perdas com operações de derivativos de câmbio.
Pacote brasileiro
A equipe econômica do governo federal anunciou medidas de incentivo fiscal para injetar no mercado cerca de R$ 8,4 bilhões, para elevar o consumo e garantir que a economia continue crescendo em 2009. Além de duas faixas adicionais para a alíquota do Imposto de Renda (IR) de Pessoa Física, de 7,5% e de 22,5%, que passam a valer a partir de janeiro de 2009, o Ministério da Fazenda anuncia redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Demissões
No Paraná, o principal efeito da crise foram as demissões na indústria automotiva. A primeira montadora a anunciar cortes foi a Volvo, instalada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Cerca de 400 trabalhadores foram dispensados – entre eles, 250 temporários. A Volkswagen, em São José dos Pinhais, na região metropolitana, demitiu 74 funcionários que retornaram das férias coletivas. Na CNH, outros 350 foram dispensados. Na Bosch, empresa que produz bombas injetoras e componentes para o sistema a diesel, foram cerca de mil trabalhadores demitidos ao longo do ano. E a Renault planeja suspender o contrato de mil funcionários da fábrica de São José.
Fonte: Gazeta do Povo
Curitiba, 05/janeiro/2009
Maria M. prybicz

domingo, 4 de janeiro de 2009

"GESTÃO DE NEGÓCIOS"

“NA GESTÃO DE NEGÓCIOS

DICAS: Você pode melhorar suas decisões?
O melhor caminho para você tomar
decisões (aquelas que poderão conduzi-lo aos
seus (objetivos) é adotar uma série de cuidados
como:

• Ouça as pessoas ao redor. Se possível,
crie um grupo ou equipe para ajudá-lo
nas diversas etapas do processo
decisorial. Mais: se puder, delegue-se a
esse grupo ou equipe a incumbência de
apresentar alternativas. Mais ainda: se
puder, peça ao grupo ou equipe que se
apresente uma alternativa já escolhida.
Se você conseguir esse intento, verá
como as pessoas aceitarão plenamente
as decisões e lutarão para que elas
funcionem.

• Não tome decisões sozinho. Não seja
autocrata. Se possível, tome decisões
consensuais. Isto significa que você
deve discutir as alternativas e chegar a
um consenso – uma decisão que
satisfaça gregos e troianos – com as
pessoas envolvidas na decisão. Se você
conseguir esse intento, as pessoas
carregarão o fardo das suas decisões
com mais satisfação, como se fossem
decisões delas.

• Mire os objetivos que deseja alcançar.
Todo processo decisorial é um caminho
para chegar a algum fim: resolver um
problema ou aproveitar alguma
oportunidade. As decisões são boas ou
más na medida em que alcançam ou não
os objetivos pretendidos. Na hora da
decisão, veja primeiro aonde você quer
chegar para depois começar conjeturar
como deverá fazê-lo.

• Não pense em definitivo. Poucas são as
decisões irreversíveis ou definitivas se
você souber monitorá-las e avaliá-las
constante e continuamente. Tomada
uma decisão, ela faz parte de um
processo que deve continuar na sua
monitoração e terminar na sua avaliação
em termos de alcance dos objetivos
pretendidos. Isso significa que toda
decisão pode ser ajustada e reajustada
continuamente, à medida que as ações
correspondentes sejam implementadas
na prática. O follow-up sistemático da
decisão permite melhorá-la e ajustá-la
continuamente aos fatos reais para a
obtenção de melhores resultados.
A correção e os ajustes seqüências
ajudam muito.

• Use também a sua intuição. O sexto
sentido é algo formidável quando se lida
com eventos futuros ou com a realidade
externa que não podemos compreender
na sua totalidade e complexidade. Muito
do sucesso dos grandes
empreendedores foi resultado de sua
intuição, quando todos os fatos
demonstravam justamente o contrário.
De vez em quando, é bom tomar
decisões singulares e totalmente
não programadas,
principalmente quando as
circunstâncias as solicitarem.

• Tenha boa sorte. O apelo ao
sobrenatural pode ser bem-vindo. Uma
boa oração não faz mal a ninguém!

Referência: “NOVA ERA” Gestão de Emp. e Negócios.

Ctba, 04/janeiro/2009
Maria M. Prybicz- Economista/Professora.
página/mariamadalenaprybicz

sábado, 3 de janeiro de 2009

"O TRANSCENDENTAL"

"O TRANSCENDENTAL”

O Grande mestre de “REDES”, que foi o Cristo, transcendentalmente nos ensinou muito com os seus (milagres: distribuição de pão e peixe para mais de 5 mil pessoas)!
Neste começo de 2009, vamos nos renovar inspirados em Deus (Jesus), cada vez mais pensando em como o desenvolvimento pode fazer os milagres da modernidade!

Maria Madalena Prybicz.

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Economista/Professora/Escritora de Blog e outros; Disciplina: Gestão de Negócios; - Autonomia em Consultorias em Geral.