quinta-feira, 5 de julho de 2018

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA!
Quanto mais livre a Economia, sem a presença do Estado, e com regras rígidas, com observância dos contratos, a sociedade se beneficia deste status! Maria Prybicx

A essa gente eu diria que desmantelar o Estado do bem-estar não vai fazer o problema do envelhecimento populacional desaparecer. É preciso financiar as pensões, proteger os idosos e cuidar deles. Isso tem um custo. A questão é como administrar isso: queremos que o Estado nos garanta serviços ou queremos administrá-los por nossa conta? 
Seja como for, minha geração vai ter que encarar que precisará se ocupar dos idosos.
Como o Estado do bem-estar afeta o crescimento econômico? Quando uma economia funciona melhor? Qual é a relação entre democracia e capitalismo? Estas são algumas das perguntas que o economista sueco Andreas Bergh, professor da Universidade de Lund e do Instituto de Pesquisas de Economia Industrial em Estocolmo, tenta responder em seus trabalhos. Bergh, de 45 anos, diz que a Suécia cresceu mais historicamente quando o Estado interveio menos na economia, ou seja, quando seu sistema de bem-estar foi forte, mas ao mesmo tempo funcionou no marco de um mercado aberto e não subvencionado.
A imagem do capitalismo atravessa momentos ruins, sobretudo depois da crise financeira de 2008 e com o crescimento das desigualdades. Quando o Estado do bem-estar é o adequado, incrementa a produtividade de um país. Para mim é um Estado que gasta em áreas-chaves, como a educação e a saúde, e em investimento público. Se estes pilares não forem fortes, surgem as desigualdades. Também sou partidário de uma menor intervenção estatal em outras áreas, como a regulação dos merc. Há vozes que dizem que não se deve confiar no sistema público de pensões porque não é possível garantir sua sustentabilidade.
Soa drástico, mas não é tanto. Atualmente, durante os primeiros 20 anos da nossa vida alguém cuida de nós e estudamos; depois, entre os 20 e os 60 anos, trabalhamos; por último, nos aposentamos e esperamos morrer aos 80. Ao todo, há 40 anos em que alguém precisa cuidar de você, e outros 40 em que trabalha. No futuro, serão 50 e 50 anos, ou seja, 25 de criança e estudante, 50 trabalhando e 25 depois da aposentadoria e até a morte, por volta dos 100. Enquanto estivermos dispostos a trabalhar metade da nossa vida, acredito que poderemos equilibrar a situação com as pensões. O mercado trabalhista vai mudar. Haverá alterações relacionadas a tecnologias que atualmente nem sequer imaginamos. Atualmente trabalhamos a vida toda na mesma coisa, e acredito que essa seja uma das razões pelas quais muitos estão cansados do seu emprego aos 55 anos. No futuro, mudaremos mais. No presente vemos problemas, como as desigualdades.
 O economista Thomas Piketty mostra que entre 1900 e 1980, graças ao desenvolvimento da democracia, a desigualdade diminuiu. Esse foi o grande feito da democracia e do Estado de bem-estar. A partir dos anos oitenta, os ricos começam a ser mais ricos outra vez, os lucros do capital disparam, e as classes médias ficaram para trás. Esta é a tendência atual. Mas a imagem geral, mais em longo prazo, é positiva. Pode ser que este retrocesso se deva à mudança tecnológica, à inteligência artificial. Algo parecido aconteceu no passado durante a transição de uma economia agrária para uma sociedade industrial. Primeiro houve gente que ficou rica, mas depois os operários negociaram melhorias salariais, e a desigualdade se reduziu. Agora vemos um fenômeno parecido.
Andreas Bergh, professor de economia da Universidade de Lund (Suécia). EVAN PANTIEL - Fonte: El País
Ctba, 05/jul/18 - Maria Prybicz

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Economista/Professora/Escritora de Blog e outros; Disciplina: Gestão de Negócios; - Autonomia em Consultorias em Geral.