segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por Rodrigo Rocha Loures
A Voz das Ruas e a Reforma Política

Em junho de 2013, assistimos perplexos a um movimento espontâneo da sociedade civil, um clamor cívico por mudanças e reformas políticas no Brasil, que reuniu centenas de milhares de pessoas, de todas as classes sociais, em todas as principais cidades brasileiras.

Muito já se debateu por todos os meios de comunicação, sobre quais eram as causas, motivos e objetivos desses protestos. Para mim, grande parte deste descontentamento, desta indignação nacional, está relacionada com a representação política e o sistema eleitoral, que vigora no Brasil, desde 1946, com algumas mudanças nas décadas posteriores.

O sistema de voto proporcional para os cargos de deputados e vereadores apresenta uma fadiga indisfarçável aos olhos dos eleitores, que não mais confiam nele como um meio de fazer-se representar no poder legislativo, em todos os níveis de governo. O atual sistema favorece o surgimento de um número crescente de partidos políticos e a falta de compromisso do eleito com seus eleitores, pulverizados num vasto território do estado, tornando anônima a representação eleitoral.

Em países como a Alemanha, a adoção do voto distrital misto, a partir do fim da segunda guerra mundial, mostrou-se eficaz para aumentar a representatividade e o desenvolvimento das forças políticas, uma vez que metade dela tem fortes vínculos com suas localidades ou distritos. Já, a outra metade é constituída pelas correntes mais relevantes da opinião pública, eleitos pelo voto proporcional.

Este sistema traz um equilíbrio entre a representação regional e a representação das correntes de opinião, contribuindo para uma maior estabilidade nos legislativos e para a desejável diminuição do excessivo número de partidos políticos sem verdadeira representação eleitoral.

Temos que sintonizar nossos ouvidos e consciências para ouvir o que disseram as ruas naquelas semanas de junho de 2013, procurar entender e, principalmente, agir para atendê-los.

Vamos abraçar essa causa?
RODRIGO DA ROCHA LOURES
Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade – IBQP
Ex-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP (2003/2011)
Ctba, 01/set/14
Maria Prybicz

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