quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"ECONOMIA"

47% DAS EXPORTAÇÕES DO PARANÁ SE CONCENTRAM EM 5 ITENS
CRISE faz vendas externas do estado retomar o perfil de cinco anos atrás.
- A pauta de exportações do Paraná ficou mais concentrada em produtos agrícolas por causa da crise econômica. Um sinal que evidencia esta tendência em 2009 é a lista dos cinco produtos mais embarcados pelo estado no período de janeiro a julho: soja, farelo de soja, frango em pedaços e inteiro, e açúcar. Esses cinco produtos do agronegócio representam 47% das exportações paranaenses no período. Em 2008, eles somavam 37%.
A mudança no perfil das exportações do estado é efeito da combinação de queda na demanda por produtos manufaturados, como autopeças e veículos, e a manutenção dos embarques de coisas menos sofisticadas. “São itens de primeira necessidade, como alimentos, que são comprados em qualquer condição”, diz Joaquim Brasileiro, coordenador do curso de Negócios Internacionais da FAE Centro Universitário. “Se a economia global melhorar, o perfil das exportações voltará a ter mais manufaturados.”
Veja a situação dos alimentos nas exportações
Preço baixo prejudica faturamento
A mudança no perfil dos embarques do Paraná neste ano ajuda a explicar por que a queda na movimentação no Porto de Paranaguá, medida em volume, foi menos intensa do que a retração verificada na balança comercial do estado, calculada em dólares. Os embarques de soja pelo porto paranaense no acumulado do ano até o dia 23 de agosto subiram quase 20%, chegando a 4,6 milhões de toneladas na comparação com o mesmo período de 2008. No total a movimentação de grãos subiu 12%, para 11,1 milhões de toneladas.
“Os preços dos produtos agrícolas no primeiro semestre do ano passado estavam muito bons. A saca da soja chegou a US$ 33, e hoje não passa de US$ 24”, diz a economista Gilda Bozza, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). “Exportamos bons volumes de soja, farelo e milho, sem que a receita em dólares fosse maior”, completa.
As estatísticas do porto também mostram um recuo forte nas exportações de veículos – de 57 mil unidades em 2008 para 37 mil em 2009. Outro segmento que sofreu foi o de autopeças. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, as vendas de bombas injetoras, por exemplo, caíram 56%, de US$ 90 milhões para US$ 37 milhões. No mesmo setor, as exportações de colheitadeiras recuaram 71%, ficando em US$ 27 milhões nos primeiros sete meses deste ano. No total, os produtos manufaturados representaram 37% das exportações do estado neste ano, bem abaixo da média histórica de 50%. (GO)
Com a crise, o peso dos itens básicos nas exportações paranaenses bateu em 50% dos US$ 6,8 bilhões embarcados nos sete primeiros meses do ano – entre os quais estão grãos, madeira e minérios. Esse porcentual foi de 38% em 2008 e era de apenas 26% em 2006. Além de mais concentrado em produtos básicos, o comércio exterior passou a ter menos espaço para pequenos exportadores e itens menos tradicionais na pauta do estado. Neste ano, a participação dos 100 produtos mais embarcados pelo Paraná chegou a 90% da pauta – maior valor desde 2004 –, enquanto o peso dos 40 maiores exportadores passou de 65% para 70% dos embarques.
Agronegócio
As exportações do Paraná até julho, de US$ 6,8 bilhões, foram 28% menores do que no mesmo período de 2008. No agronegócio, porém, os principais produtos tiveram comportamento melhor do que a média. Os embarques da soja em grão, por exemplo, passaram de 3,5 milhões de toneladas no ano passado para 3,9 milhões de toneladas neste ano. Como o preço médio foi menor em 2009, a receita com o produto praticamente empatou com 2008, o que empurrou a participação do grão na pauta de exportação para 22%, contra 16,2% em 2008. No caso do farelo, seu peso passou de 8,9% para 10%. O açúcar, ajudado pelo melhor preço, passou de 2,5% para 4,8% de tudo o que o estado exporta.
“As economias da Ásia ainda apresentam crescimento e elas têm uma demanda forte por commodities”, diz o economista Nilson Maciel de Paula, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “O problema é que com a concentração sofremos um atraso na estratégia de diversificar as exportações e abrir espaço para produtos com mais tecnologia.” Mercados tradicionais ficaram fechados aos manufaturados paranaenses – é o caso da Argentina, cujas importações caíram 55,4% neste ano. Na outra ponta, algumas nações asiáticas compram mais. Os embarques para Taiwan subiram 543%, para US$ 113 milhões, por causa da maior de­­manda por soja em grão. Ban­gladesh, com alta de 275%, comprou mais soja e açúcar.
Para o economista Wilhelm Meiners, da Universidade Positivo, essa concentração em um número pequeno de produtos do setor agrícola é uma regressão preocupante. “É importante manter a venda de produtos que empreguem mão de obra qualificada e tenham conteúdo tecnológico. Mas a retomada dos segmentos de manufaturados de­­pois da crise não é certa porque o câmbio vai continuar desfavorável.”
- Esqueceram que o valor agregado no produto é importante para o país internamente! Estão atropelando o desenvolvimento no que diz respeito à gênese de empregos!
Fonte: Gazeta do Povo
Prof.ª Mª. M. Prybicz

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