O EBITDA É TÃO MANIPULÁVEL QUANTO O LUCRO ECONÔMICO!
1º) O EBITDA é tão manipulável quanto o lucro econômico?
Sim, é bastante manipulável,
serve também para fazer uma maquiagem perfeita nos balanços das empresas em
geral, visando a sonegação e outros.
2º O EBITDA ignora as
necessidades adicionais de capital de giro indicando um fluxo de caixa superior
em período de crescimento destas?
Ele superestima pra cima o fluxo
de caixa, enganando o administrador em relação do que a empresa gera,
compromete assim a visão geral e realista da liquidez, ou seja, da sua
capacidade de pagamento e por sua vez o retorno do investimento!
3º) O EBITDA não considera o montante de reinvestimento
requerido, o que é especialmente grave no caso das empresas com ativos de vida
útil curta?
Quanto mais curta for a vida útil
dos ativos fixos, maior deverá ser a frequência de reinvestimentos a serem
feitos. Empresas de capital intensivo formadas por ativos de vida longa útil,
se modernizam em espaço maior e investem somas vultuosas, cuja disponibilidade
não será problema se recursos equivalentes à depreciação tiverem sido
provisionados ao longo dos anos anteriores, formando um fundo a ele de reserva
para futuros reinvestimento. Nestes casos, o EBITDA transforma a visão de uma
realidade crítica de falta de caixa num cenário róseo de excesso de liquidez
pois desconsidera a depreciação como uma despesa, e sem considerar também as
saídas efetivas de caixa para aquisição de capital
fixo (tal qual como é feito no caso de Free Cash Flow) – Fluxo de Caixa Livre
e/ou Geração Operacional de Caixa do próprio fluxo de caixa.
4º O EBITDA
pode ser uma enganosa medida de liquidez?
Sim, naturalmente que sim, pode
ao confundir-se o EBITDA com a Geração de Caixa e atribuir-se a ele o poder de
medir liquidez comete-se um engano que pode distorcer gravemente a visão de
realidade financeira da empresa.
5º) O EBITDA não diz nada sobre a qualidade do lucro?
Ele, isoladamente nada revela
sobre a qualidade do lucro da companhia. Em geral quanto maior a proporção do
EBIT no EBITDA, maior será o fluxo de caixa. E também quanto maior a
depreciação no levantamento do EBITDA, maior a importância de a empresa gastar
um montante igual ao valor da depreciação para manter seus equipamentos
atualizados. E amortização de despesas diferidas que são recorrentes, de custos
capitalizados que seriam considerados como despesas ou de valores incertos não
deverá ser trazida de volta mas, erroneamente é computada no EBITDA de forma indiscriminada.
6º) O EBITDA é uma medida
inadequada para ser usada isoladamente no cálculo de múltiplos na aquisição de
uma empresa?
O EBITDA não corresponde ao fluxo
de caixa. Uma aproximação de valores que os múltiplos calculados com o EBITDA
criam ilusão de preço de aquisição baixo e menor do que o real. Exemplo de um
múltiplo utilizando o EBITDA de 5 vezes, para uma companhia cujo EBITDA se ja
de 50 % de EBITA e 50% de Depreciação, equivalendo a um múltiplo bem maior, de
10 vezes, utilizando o lucro operacional mais a amortização dos bens.
7º) O EBITDA ignora distinções na
qualidade do fluxo de caixa resultantes de diferentes critérios contábeis – nem todas as receitas
são caixa?
Critérios contábeis pode alterar
substancialmente o efeito no EBITDA, tornando-o uma ferramenta pobre na
comparação de resultados financeiros entre diferentes empresas (empresas de
internet, construtoras, indústrias de equipamentos sob encomendas de longo
prazo, etc.) podem levar a distanciamento entre EBITDA e fluxo de caixa.
8º) O EBITDA não é um denominador comum para critérios
contábeis e diferentes países?
Cada país, com diferenças
conjunturais, tem seus próprios padrões de contabilidade e as práticas diferem
um de outros e em termos de reconhecimento de receitas, para capitalizar os
custos e despesas, reconhecimento de goodwill e depreciação de ativos fixos.
Com diferenças modestas podem-se
tornar mais significativas quando a despesa financeira líquida é pequena (com
pouca influência envolvida).
9º) O EBITDA oferece proteção limitada quando usado em
contratos de associações, cartas de intenções e outros acordos que envolvam
limites financeiro de ação?
Em muitos casos tem demonstrados que, a experiência no
cumprimento das cláusulas de teste do EBITDA não evitam, necessariamente os
problemas que se queira evitar. (Exemplo: “Dívida/EBITDA” não superior a 6,0
vezes). As cláusulas de garantia à outra parte baseiam-se na ideia errônea de
que o EBITDA está integralmente disponível para cobrir o custo financeiro.
10º) O EBITDA não é apropriado para a análise de muitas
indústrias porque ignora seus atributos únicos?
O EBITDA não é um indicador
exclusivo para empresas de capital intensivo com ativos de longa vida útil,
tais como: TV a cabo, Serviços de Paging, Construção Civil, Gás, Petróleo,
Transportes, Restaurantes, Serviços de Locação, Internet, Construção de Redes
de Fibras Óticas e outras, Serviços Funerários e Cemitérios, Exibições
Teatrais, Turismo Timeshare etc., que são os mais críticos. Porem estão no
extremo oposto da que o indicador melhor se aplica! O EBITDA pelos analistas de
Wall Street como um expediente para promover ações para um público desavisado.
Em sua opinião, quando um analista ou CFO usa o EBITDA, o que ele realmente
está dizendo é: “Isto é o que os lucros poderiam ter sido se não tivéssemos que
tomar empréstimos, se não tivéssemos que pagar impostos, se não tivéssemos que
reinvestir em nada e amortizar recursos ativados” E mais, acrescenta:” Por ser
um indicador baseado no lucro, o EBITDA nada tem a ver com o fluxo capazes de caixa”.
O escândalo da gigante americana WorldCom, no ano 2001, ostentava EBITDAs
capazes de convencer qualquer analista desavisado de estar navegando de “de
vento em popa”, no entanto, a empresa estava literalmente insolvente. Houve uma
gigantesca fraude (superestimando o
EBITDA, o lucro, o valor dos ativos e o valor do patrimônio). Portanto existiu
uma maquiagem perfeita para ludibriar acionistas e outros.
Fonte:Rrvista RI - fevereiro de 2006 - Ctba, 15/ago/14 -Maria Prybicz
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