sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O EBITDA É TÃO MANIPULÁVEL QUANTO O LUCRO ECONÔMICO!


O EBITDA É TÃO MANIPULÁVEL QUANTO O LUCRO ECONÔMICO!
1º) O EBITDA é tão manipulável quanto o lucro econômico?

Sim, é bastante manipulável, serve também para fazer uma maquiagem perfeita nos balanços das empresas em geral, visando a sonegação e outros.
2º O EBITDA ignora as necessidades adicionais de capital de giro indicando um fluxo de caixa superior em período de crescimento destas?

Ele superestima pra cima o fluxo de caixa, enganando o administrador em relação do que a empresa gera, compromete assim a visão geral e realista da liquidez, ou seja, da sua capacidade de pagamento e por sua vez o retorno do investimento!
3º) O EBITDA não considera o montante de reinvestimento requerido, o que é especialmente grave no caso das empresas com ativos de vida útil curta?

Quanto mais curta for a vida útil dos ativos fixos, maior deverá ser a frequência de reinvestimentos a serem feitos. Empresas de capital intensivo formadas por ativos de vida longa útil, se modernizam em espaço maior e investem somas vultuosas, cuja disponibilidade não será problema se recursos equivalentes à depreciação tiverem sido provisionados ao longo dos anos anteriores, formando um fundo a ele de reserva para futuros reinvestimento. Nestes casos, o EBITDA transforma a visão de uma realidade crítica de falta de caixa num cenário róseo de excesso de liquidez pois desconsidera a depreciação como uma despesa, e sem considerar também as saídas efetivas de caixa para aquisição de capital fixo (tal qual como é feito no caso de Free Cash Flow) – Fluxo de Caixa Livre e/ou Geração Operacional de Caixa do próprio fluxo de caixa.
4º O EBITDA pode ser uma enganosa medida de liquidez?

Sim, naturalmente que sim, pode ao confundir-se o EBITDA com a Geração de Caixa e atribuir-se a ele o poder de medir liquidez comete-se um engano que pode distorcer gravemente a visão de realidade financeira da empresa.
5º) O EBITDA não diz nada sobre a qualidade do lucro?

Ele, isoladamente nada revela sobre a qualidade do lucro da companhia. Em geral quanto maior a proporção do EBIT no EBITDA, maior será o fluxo de caixa. E também quanto maior a depreciação no levantamento do EBITDA, maior a importância de a empresa gastar um montante igual ao valor da depreciação para manter seus equipamentos atualizados. E amortização de despesas diferidas que são recorrentes, de custos capitalizados que seriam considerados como despesas ou de valores incertos não deverá ser trazida de volta mas, erroneamente é computada no EBITDA de forma indiscriminada.
6º) O EBITDA é uma medida inadequada para ser usada isoladamente no cálculo de múltiplos na aquisição de uma empresa?

O EBITDA não corresponde ao fluxo de caixa. Uma aproximação de valores que os múltiplos calculados com o EBITDA criam ilusão de preço de aquisição baixo e menor do que o real. Exemplo de um múltiplo utilizando o EBITDA de 5 vezes, para uma companhia cujo EBITDA se ja de 50 % de EBITA e 50% de Depreciação, equivalendo a um múltiplo bem maior, de 10 vezes, utilizando o lucro operacional mais a amortização dos bens.  
7º) O EBITDA ignora distinções na qualidade do fluxo de caixa resultantes de diferentes  critérios contábeis – nem todas as receitas são caixa?

Critérios contábeis pode alterar substancialmente o efeito no EBITDA, tornando-o uma ferramenta pobre na comparação de resultados financeiros entre diferentes empresas (empresas de internet, construtoras, indústrias de equipamentos sob encomendas de longo prazo, etc.) podem levar a distanciamento entre EBITDA  e fluxo de caixa.
8º) O EBITDA não é um denominador comum para critérios contábeis e diferentes países?

Cada país, com diferenças conjunturais, tem seus próprios padrões de contabilidade e as práticas diferem um de outros e em termos de reconhecimento de receitas, para capitalizar os custos e despesas, reconhecimento de goodwill e depreciação de ativos fixos.
Com diferenças modestas podem-se tornar mais significativas quando a despesa financeira líquida é pequena (com pouca influência envolvida).

9º) O EBITDA oferece proteção limitada quando usado em contratos de associações, cartas de intenções e outros acordos que envolvam limites financeiro de ação?
Em muitos casos tem demonstrados que, a experiência no cumprimento das cláusulas de teste do EBITDA não evitam, necessariamente os problemas que se queira evitar. (Exemplo: “Dívida/EBITDA” não superior a 6,0 vezes). As cláusulas de garantia à outra parte baseiam-se na ideia errônea de que o EBITDA está integralmente disponível para cobrir o custo financeiro.

10º) O EBITDA não é apropriado para a análise de muitas indústrias porque ignora seus atributos únicos?
O EBITDA não é um indicador exclusivo para empresas de capital intensivo com ativos de longa vida útil, tais como: TV a cabo, Serviços de Paging, Construção Civil, Gás, Petróleo, Transportes, Restaurantes, Serviços de Locação, Internet, Construção de Redes de Fibras Óticas e outras, Serviços Funerários e Cemitérios, Exibições Teatrais, Turismo Timeshare etc., que são os mais críticos. Porem estão no extremo oposto da que o indicador melhor se aplica! O EBITDA pelos analistas de Wall Street como um expediente para promover ações para um público desavisado. Em sua opinião, quando um analista ou CFO usa o EBITDA, o que ele realmente está dizendo é: “Isto é o que os lucros poderiam ter sido se não tivéssemos que tomar empréstimos, se não tivéssemos que pagar impostos, se não tivéssemos que reinvestir em nada e amortizar recursos ativados” E mais, acrescenta:” Por ser um indicador baseado no lucro, o EBITDA nada tem a ver com o fluxo capazes de caixa”.

O escândalo da gigante americana WorldCom, no ano 2001, ostentava EBITDAs capazes de convencer qualquer analista desavisado de estar navegando de “de vento em popa”, no entanto, a empresa estava literalmente insolvente. Houve uma gigantesca fraude  (superestimando o EBITDA, o lucro, o valor dos ativos e o valor do patrimônio). Portanto existiu uma maquiagem perfeita para ludibriar acionistas e outros.  
Fonte:Rrvista RI - fevereiro de 2006 - Ctba, 15/ago/14 -Maria Prybicz 

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