segunda-feira, 29 de junho de 2015

ADENSAMENTO POPULACIONAL VERSUS SUSTENTABILIDADE!

Em muitos centros de pesquisa urbana em todo o mundo essa mudança da cidade global para a cidade local se concretiza em vários estudos específicos: agricultura local, energia distribuída, reforço das identidades locais, turismo de proximidade, materiais e formas de construir tradicionais, nova governança para melhorar o poder dos cidadãos, readensamento e multiplicidade de usos nas áreas fragmentadas, substituição da infraestrutura cinza por infraestrutura verde, utilização racional dos serviços dos ecossistemas e até mesmo espaços de planejamento que correspondam a regiões ecológicas. Algumas cidades já passaram da pesquisa para a prática. São exemplos espanhóis os casos de Vitoria-Gasteiz e Santiago de Compostela (excetuando a Cidade da Cultura).
 
A cidade do futuro nunca será como a do passado. A razão principal é que a população mundial em 1800 era de 1 bilhão de pessoas e atualmente é preciso alojar 7 bilhões. Não se trata de esquecer que todos somos habitantes do mesmo planeta. Nem de renunciar ao progresso resultante de uma linguagem formal comum ou aos avanços da técnica. Mas tampouco se pode destruir as identidades locais, ou passar por alto da ineficiência e do desperdício de viver em cidades não adaptadas a seus territórios. Avizinham-se tempos de ajustes. Ajustes que vão ocorrer, ou deixando que as coisas se arranjem sozinhas, mas com altos custos e sofrimento para muita gente, ou controlando a situação de modo que se minimizem os danos. Depois da tremenda diástole urbana produzida no século passado, vê-se a chegada de uma sístole, uma contração, um recolhimento urbano necessário para que o coração do planeta continue funcionando. É imprescindível não fechar os olhos ao que é evidente e assumir o controle do caminho de volta à cidade local que necessariamente tem de ser engendrada. Que está sendo engendrada.
 
Fonte: El País. Por José Fariña Tojo é catedrático de Urbanismo e Ordenamento do Território na Universidade Politécnica de Madri.
Ctba, 29/jun/15
Maria Prybicz
 
 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

EQUAÇÃO ECONÔMICA F(X) ?

Como sabemos a nossa Economia Nacional está com uma Equação desfavorável! Portanto, nada mais justo que pensarmos que quanto mais demora em ajustar, podemos ter um grande retrocesso no desenvolvimento estrutural econômico geral!
 
Vejamos: inflação alta, juros altíssimos comparados com outros países, desemprego alto e acelerando constantemente, inflação descontrolada, IPCA com índices maiores do que o normal, a dívida pública sempre em ascensão, então a Equação função de (x), f(x) quando x = PIB = 0 nos indica que realmente essa equação tem que ser invertida, caso contrário, corremos o risco de estagnação completa, porque a desaceleração já é extremamente perigosa!  


Considerando o crescimento de 0,1% em 2014, o prognóstico de recuo de 2% em 2015, a expectativa de estabilidade em 2016 e a perspectiva de crescimento em torno de 2% em 2017, entraríamos em 2018, em linhas gerais, com o mesmo PIB daquele mostrado em 2013, com recuo substancial da renda per capita. E, então, cumprimos metade do devaneio de 10 anos de recessão.
 
Voltar a investir, baixar os juros, evitar o desemprego, diminuir a dívida pública consiste em f(x) com x = PIB = 3% a 3,5% , isto tudo, e impulsionar a criação de empregos com projetos econômicos específicos com políticas econômicas voltadas  às classe médias e baixas!
 
Exemplo: intensificar o micro crédito para os pequenos e médios empresários nos setores de serviços e alimentação, bem como, no setor automotivo que se encontra em séria crise, com estoques elevados sem perspectivas de melhorias  nas vendas imediatas, setor que tem a capacidade enorme com enraizamento em grande parte da  economia brasileira e de outros países, principalmente nos países vizinhos na América Latina e se tratando do Mercosul até no mundo tais como: EUA, Europa, Índia, China e demais não citados.    
 
Ctba, 25/jun/15
Maria Prybicz
 
A DESIGUALDADE BRASILERIA!

São muitas as armadilhas muradas em um país tão barbaramente desigual. Volta e meia os mais atentos percebem seu pé preso em alguma arapuca, justamente quando acreditavam rumar para a liberdade e para um mundo mais justo. Agora mesmo os condomínios fechados do tipo Alphaville são vistos por muitos como algo da ordem do ridículo. Mas também estes parecem renovar sua busca pelo paraíso perdido (e jamais achado). A moda no Brasil, há algum tempo, é comprar pedaços de terra com mata nativa e fontes de água em algum lugar, como nas regiões serranas ainda disponíveis do Sul e do Sudeste ou mesmo em pedaços “paradisíacos” da Amazônia.
 
Seria este anseio uma atualização do ideal de uma vida sem mal-estar, cercados por outro tipo de iguais, talvez ainda mais iguais do que os outros? Vizinhos ecologicamente conscientes, equilibrados por meditação, yoga e a prática saudável de esportes, que se locomovem em bicicletas e consomem orgânicos, com espaços e propriedades privadas bem definidas. É altamente sedutor para quem pode escolher seus muros, mas não seria esta uma renovação do condomínio, tanto de suas ilusões como de seu caráter de exclusão? Para quem é deixada a luta pelo espaço público para todos, em cidades cimentadas onde falta tanto água quanto árvores quanto o reconhecimento da humanidade do outro?
 
O “Mães de Maio” tem na origem um grupo de mulheres, a maioria negras, pobres e periféricas, que perderam seus filhos assassinados, suspeita-se que muitos deles executados pela polícia, nas ruas do estado de São Paulo em maio de 2006. O grupo faz a denúncia cotidiana da violência praticada pelo Estado contra os mais pobres. Costuma chamar Geraldo Alckmin de “governador genocida” e denuncia o que chama de “terrorismo de Estado”. Também empresta o nome à Comissão da Verdade que investiga os crimes cometidos pelo Estado no período democrático. Neste seminário, o movimento foi convidado de última hora para substituir um convidado de primeira hora que precisou cancelar sua participação. Mas recusou o convite. No manifesto explica o porquê.
 
Dito isso, escolho terminar caminhando com Tim Tim. No vídeo viral, a grande transgressão do pequeno rebelde é andar na rua e arriscar-se a encontros. Quanto tudo parece quase intransponível, quando me vejo cercada de muros que me encurralam, os de fora, mas também os de dentro, eu lembro do passo de Tim Tim. E encontro esperança nessa geração que está sendo educada no resgate do espaço público para todos, arriscando-se às diferenças para combater a desigualdade. Arriscando-se à experiência. Às vezes a vida pede a delicadeza de descobrir a rebelião também nos passos vacilantes, mas muito entusiasmados, de um guri com um redemoinho na cabeça.
Fonte: El País - Por Eliane Brum
Ctba, 25/jun/15
Maria Prybicz
 

terça-feira, 23 de junho de 2015

Por Paul Krugman

Os efeitos da liquidez na dívida soberana

Lamento dizer que negligenciei a importância da liquidez e da escassez de dinheiro para estabelecer os preços dos títulos na zona do euro. Até a intervenção do economista Paul DeGrauwe eu não estava consciente da enorme diferença que representaria para a Europa que o Banco Central Europeu cumprisse seu papel de emprestador de última instância. De fato, se o euro sobrevive, grande parte do mérito deve ser atribuída a DeGrauwe –e a esse tal Mario Draghi, que pôs em prática suas ideias como presidente do Banco Central Europeu.

Eu provavelmente deixei de lado algumas coisas, embora penso que é interessante constatar quantos dos meus detratores sentem a necessidade de atacar meu histórico inventando previsões e declarações que eu nunca fiz. Embora não haja dúvida de que eu cometi erros, creio que, em geral, acertei, principalmente porque nunca deixei que as preocupações da moda me afastassem da macroeconomia básica e tentei o tempo todo aplicar as lições da história.
Fonte: JB
Ctba, 23/jun/15
Maria Prybicz
 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

segunda-feira, 15 de junho de 2015

O BRASIL E SEUS CONCORRENTES MUNDIAIS, NO QUE DIZ RESPEITO À EDUCAÇÃO!

Os outros países em desenvolvimento, nossos concorrentes no cenário mundial, estão investindo forte em educação e infraestrutura, e temo que não estamos seguindo os mesmos passos de nossos "companheiros" emergentes. Se nada mudar, no futuro poderemos apenas lamentar o nosso fracasso em não saber aproveitar esta nova oportunidade, e olhar à distância, nossos companheiros emergentes desfrutando dos resultados de décadas de investimentos pesados em capital humano, tecnologia, ciência e infraestrurura.
Falta Educação
Infelizmente, no quesito mais importante para se criar uma nação forte e desenvolvida, o Brasil caminha a passos de tartaruga. Segundo especialistas, a ser mantido o atual ritmo, o Brasil deverá atingir um nível educacional satisfatório em cinquenta anos. Os mais otimistas, falam em duas décadas. Para erradicar o analfabetismo, de acordo com estimativa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a previsão também é de vinte anos. Todos os especialistas são unânimes: se quisermos caminhar em direção a uma educação pública de qualidade, não poderemos seguir no ritmo atual. É preciso caminhar mais rápido.
O governo vem criando mecanismos para tentar medir a qualidade da educação no Brasil, e os números não são nada bons:

O Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), criado pelo governo federal para funcionar como um termômetro do ensino público do país, divulgou em 07/2010 os resultados de sua edição 2009, revelando um retrato preocupante do setor. Numa escala de 0 a 10, apenas 5,7% das escolas conseguiram alcançar a nota 6. Nas séries iniciais do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano), a média ficou em 4,6 pontos, enquanto nas séries finais (do sexto ao nono), caiu para 4 pontos. No ensino médio, o cenário mais alarmante: 3,6 pontos.
Outro dado preocupante são os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), apontam para a grande diferença de qualidade entre escolas púplicas e privadas. Entre as 1000 melhores escolas do país, 91% são particulares. Entre as dez primeiras, apenas uma instituição pública. O dado espanta ainda mais quando se constata que o ensino público no Brasil atende a 86% dos estudantes.

Outro desafio da educação no Brasil é o alto índice de analfabetismo, que ainda figura entre os mais elevados do mundo: 11% da população acima de 15 anos não sabe ler e escrever adequadamente. O índice coloca o país em 9º lugar no ranking de analfabetismo da América Latina, atrás, entre outros, de Suriname (10,4%), Colômbia (7,2%), Chile (4,3%) e Argentina (2,8%). Não bastasse isso, cerca de 15% da população com idade entre 15 e 24 anos é considerada analfabeta funcional - ou seja, são pessoas que frequentaram a escola, mas conseguem apenas ler apenas textos curtos, como cartas, e lidar com números em operações simples, como o manuseio de dinheiro.

Entidades internacionais também apontam para a péssima qualidade do ensino no Brasil, como por exemplo o relatório da Unesco de 2010, mostrando que os  índices de repetência e abandono da escola no País são os mais elevados da América Latina.
Fonte: Unesco 2010
Ctba, 15/jun/15
Maria Prybicz

sábado, 13 de junho de 2015

PRA QUEM GOSTA DE MATEMÁTICA!
A MATEMÁTICA SALVA O MUNDO E O MUNDO DE MUITA GENTE!

Física quântica

O próximo lance foi estender o Programa Langlands para além das fronteiras da matemática em si. Na década de 1970, foi percebido que um de seus ingredientes principais – o “grupo duplo de Langlands” – também aparecia na física quântica. Foi uma surpresa. Seria possível que os mesmos padrões que podem ser mais ou menos observados nos mundos dos números e da geometria também teriam contrapartes na teoria que descreve as forças básicas da natureza? Frenkel se interessou pelo elo em potencial entre a física quântica e o Programa de Langlands e saiu determinado a investigá-lo – com o auxílio de uma bolsa de vários milhões de dólares que ele e alguns colegas receberam em 2004 do Departamento de Defesa, a maior bolsa já recebida até hoje para pesquisa na área de matemática pura (além de limpa, a matemática pura também é barata: tudo que seus pesquisadores precisam é giz e algum dinheiro para viajar. Ela também é aberta e transparente, já que não há invenções para serem patenteadas).

Milagre

O problema com essa visão platônica da matemática – uma que Frenkel, seguindo uma verve mais misteriosa, nunca reconheceu como tal – é que ela faz do conhecimento matemático um milagre. Se os objetos da matemática existirem à parte de nós, habitando um céu platônico que transcende o mundo físico do espaço e do tempo, então como é que a mente humana os contata e apreende suas propriedades e relações? Matemáticos são médiuns? O problema do platonismo, como observa o filósofo Hilary Putnam, “é que ele francamente parece ser incompatível com o simples fato de que pensamos com nossos cérebros e não com nossas almas imateriais”.
Talvez Frenkel tenha direito à sua fantasia platônica. Afinal, todos os amantes guardam ilusões românticas sobre quem amam. Em 2009, enquanto estava em Paris ocupando a Chaire d’Excellence da Fondation Sciences Mathématiques, Frenkel decidiu fazer um curta-metragem expressando sua paixão pela matemática. Inspirado pelo “Rito de Amor e Morte” de Yukio Mishima, ele o batizou de “Rites of Love and Math” [“Ritos de Amor e Matemática”, em tradução livre, fazendo um trocadilho com o título em inglês da obra de Mishima, “Rite of Love and Death”]. Nesse filme mudo alegórico em estilo de teatro Nô, Frenkel faz o papel de um matemático que cria uma fórmula para o amor. Para evitar que a fórmula caia em mãos erradas, ele a esconde do mundo tatuando-a com um bambu no corpo da mulher amada, e então decide se sacrificar para protegê-la.
Na ocasião da première de “Ritos de Amor e Matemática” em Paris, em 2010, o “Le Monde” o descreveu como “um curta estonteante”, que oferece “uma visão romântica incomum dos matemáticos”. A “fórmula do amor” usada no filme foi uma que o próprio Frenkel havia descoberto (enquanto investigava as bases matemáticas da teoria quântica de campos). É uma fórmula bela, porém temível. Seus únicos números são zero, um e o infinito. E não é assim mesmo que é o amor?
Jim Holt escreve sobre ciência e filosofia. Ele é autor do livro “Por Que o Mundo Existe?” (Intrínseca).
Fonte: GP
Ctba,13/jun/15
Maria Prybicz

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Economista/Professora/Escritora de Blog e outros; Disciplina: Gestão de Negócios; - Autonomia em Consultorias em Geral.