domingo, 30 de novembro de 2014

“Em primeiro lugar, o Brasil”.
(“Sapientis est mutare consilium”, diziam os filósofos latinos, ou seja, são sábios aqueles que têm a coragem de mudar de ideia) - Dilma Rousseff.
 
Dilma, com a decisão que acaba de tomar, a de colocar o presente e o futuro imediato econômico do país em mãos mais ortodoxas e neoliberais do que exigia a esquerda de seu partido, provou que desta vez ouviu aquele grito da rua: “Em primeiro lugar, o Brasil”.
 
Traição ou sabedoria? “Sapientis est mutare consilium”, diziam os filósofos latinos, ou seja, são sábios aqueles que têm a coragem de mudar de ideia. É o caso de Dilma, que teria tido o bom senso de entender que, pelo bem do Brasil, precisava de mudar de rumo para salvar o navio que começava a afundar?
 
E se, ao contrário, têm razão os que ainda alimentam a esperança de que também esta manobra arriscada de Dilma possa ser parte de uma operação maquiavélica que pretende fingir que se tratou de uma mudança na economia quando, na verdade, ela continuará sendo a capitã do navio e sua nova equipe apenas serão comparsas que ela será capaz de domar com o tempo?
 
E por que não podemos lhe dar, neste momento, uma margem de confiança de que se tratou de uma decisão, talvez até dolorosa para ela de que, como pedia a maioria não só dos 51 milhões de cidadãos que votaram contra ela, mas também muitos daqueles que a preferiram nas urnas, o mais importante, o primeiro, o indiscutível, é que na hora de decidir deve-se levar em conta, que “antes” e “acima de tudo”, está o futuro Brasil?
 
De um Brasil, além do mais, rico, criativo e com vontade de triunfar, que pode e merece mais do que uma economia agonizante, deprimida e sufocada pelos golpes da corrupção. Uma economia que, no final, devolveria os pobres de volta a seu antigo inferno de pobreza e marginalização, como pode ser observado nos países corroídos por um populismo anticientífico e antieconomicista incapaz de criar bem-estar, nem mesmo para os mais pobres.
 
Até levantaram a cabeça aqueles que preferem ver na manobra da nova Presidente de colocar um banqueiro para liderar a economia como uma forma de “mudar e deixar tudo como está”. Assim, Dilma teria colocado Levy como ministro da Fazenda para catequizá-lo, ou seja, para convertê-lo ao petismo, e não para regenerar o barco econômico que ameaçava afundar o país em uma recessão severa e que os investidores locais e estrangeiros perdessem a confiança.
Fonte: El País - Por Juan Arias.
Ctba, 30/nov/14
Maria Prybicz
 

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Economista/Professora/Escritora de Blog e outros; Disciplina: Gestão de Negócios; - Autonomia em Consultorias em Geral.