quinta-feira, 17 de outubro de 2013


ENTREVISTA COM ARMINIO FRAGA Qual a sua opinião sobre a política fiscal hoje? Acredito que a meta de superávit primário deveria ser superior a 2% do PIB. O Brasil tem uma dívida bruta de 60% do PIB, até mais, dependendo do critério que se usa. Nossa dívida é alta, nosso juro real é alto, nossa dívida de longo prazo paga um juro real de 5,8%, as NTN-B de prazo mais longo. É muito alto. Temos de ter um modelo macro que crie condições para que essa taxa de juros possa cair, de forma sustentável. Não é um ato de voluntarismo que vai gerar isso. É uma sequência de resultados, reforçados por defesas institucionais, que vai nos levar a um juro real normal, de 2%, 3% ao ano de longo prazo. Recentemente, Nelson Barbosa, ex-secretário executivo da Fazenda, sugeriu um intervalo de meta de superávit primário. O que o sr. acha da proposta? Há muitos anos defendo que se mantenha um superávit primário relativamente elevado para padrões globais, talvez algo em torno de 3% do PIB, mas que haja algum espaço para acomodar o ciclo, não tanto do lado da despesa - embora isso também possa. e até deva, ser usado em momentos mais extremos -, mas sim pelo lado da receita, os chamados estabilizadores automáticos. Então, você fez uma projeção bem feita para ter um primário de 3% do PIB com a economia crescendo 3%. Se ela crescer 5%, seu primário vai ser maior, e você não gasta de maneira pró-cíclica. E o mesmo, claro, ocorre na outra direção. Mas acho que o governo deveria ter uma meta, um número fixo, com flexibilidade para ficar acima ou abaixo de acordo com a realidade do ciclo econômico. Fonte: Estadão. Ctba, 17/out/13 Maria Prybicz

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