quarta-feira, 7 de maio de 2014


- MUDANÇAS PARA O CÁLCULO DO PIB - PRODUTO INTERNO BRUTO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje a pesquisa de produção industrial com a primeira revisão metodológica de cálculo desde 2004. Com a inclusão de novos produtos e regiões na sondagem, a expectativa do mercado é de que a mudança eleve, mesmo que discretamente, os resultados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De acordo com analistas e economistas, a alta pode ser de até 0,5%. - Mudança no cálculo do PIB é a segunda em menos de um ano - A nova pesquisa de produção industrial será a segunda mudança em menos de um ano no cálculo geral do PIB brasileiro. Em agosto do ano passado, o IBGE lançou uma sondagem mais detalhada do setor de serviços, que representa mais de 60% da economia nacional. Com uma precisão maior na sondagem, na época, a estimativa é de que o novo levantamento foi responsável por uma alta no resultado final do PIB em até 0,2%. Para o especialista em sondagens e pesquisas econômicas da consultoria Radar, Magno Santos, o setor de serviços é o mais delicado de ser calculado e precisava ser melhor detalhado. “Não se trata de uma ‘maquiagem’ do PIB, mas sim de uma atualização de métodos que podem alterar os resultados para cima ou para baixo”, diz. No caso da mudança da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), a alteração faz parte de uma rotina de correções a cada dez anos, diz o IBGE, e vai incluir informações de pesquisas mais novas feitas pelo instituto, além de dados que não eram apurados. De acordo com nota técnica publicada no site do órgão, os índices de produção industrial calculados na pesquisa mensal buscam apontar as “alterações das quantidades de bens e serviços produzidos ao longo do tempo”. Se os modelos de pesquisa da indústria e dos serviços são novos, o PIB ainda mantém parâmetros antigos, com base na realidade de 2009. Uma mudança completa do índice está prevista para o início de 2015. Os produtos pesquisados vão aumentar de 830 para 944. Além disso, o número de fábricas entrevistadas vai crescer de 3,7 mil para 7,8 mil e algumas regiões passarão a ser consideradas, como o estado do Mato Grosso. O aumento da cobertura e nas sondagens, dizem analistas, deve apontar para um retrato mais disperso da economia e, possivelmente, menos negativo. Como a atualização será retroativa – corrigindo os dados desde janeiro de 2012 –, a mudança vai redefinir o cálculo do PIB de 2012 e 2013, alterando seus resultados. O impacto é difícil de ser dimensionado, mas consultorias e economistas afirmam que o resultado da economia brasileira no ano passado possa ter crescido até 2,8% ao invés dos 2,3% registrados pelo método antigo. Neste ano, a mudança pode marcar uma alta de 2% ao invés dos 1,6% previstos pelo mercado. Uma das estimativas é da consultoria LCA. Para eles, a produção industrial brasileira de 2013 pode aumentar de 1,2% para 2% e, consequentemente, promover uma alta no PIB entre 0,3% e 0,5% para o resultado do ano passado. O mesmo deve ser sentido neste ano. Para o especialista em economia industrial da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Geraldo Sottobello, a revisão metodológica vai ter um impacto mais discreto – alta de até 0,2% no PIB. “Algumas indústrias de base tecnológica se tornaram muito mais significativas do que eram em 2004. Basta ver o que o mundo mudou de lá para cá”, afirma. A produção brasileira de tablets, smartphones e biodiesel, por exemplo, estão entre as inclusões. Já a produção de tubos de imagem de televisores antigos deixa de fazer parte do levantamento. Suave Outro impacto deve ser um comportamento mais uniforme dos dados, sem altas muito intensas em um mês e quedas bruscas no período seguinte. “Metodologicamente, ela deve ser mais fiel às tendências reais da indústria, com uma análise mais precisa nas séries históricas”, afirma o especialista em sondagens e pesquisas econômicas da consultoria Radar, Magno Santos. Os últimos quatro resultados da produção industrial são exemplo disso. Em novembro e dezembro de 2013, a indústria caiu 0,4% e 3,8% e depois cresceu 3,8% e 0,4% nos primeiros dois meses de 2014. “A expectativa é de que as oscilações sejam mais suaves com uma metodologia melhor”, completa. Fonte: GP - Ctba, 07/maio/14 - Maria Prybicz

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