quinta-feira, 3 de abril de 2014


Taxa de juros Copom eleva Selic pela 9ª vez seguida: 11% É o maior nível desde janeiro de 2011, época em que a presidenta Dilma Rousseff tomou posse, quando a taxa estava em 10,75% ao ano. A alta vai ao encontro da expectativa da maior parte do mercado financeiro 02/04/2014 | 20:00 | Agência Estado e Agência Brasil atualizado em 02/04/2014 às 22:42 Pela nona vez seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (2) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto porcentual, que passará para 11% ao ano. A alta vai ao encontro da expectativa da maior parte do mercado financeiro, segundo pesquisa com o mercado. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 27 e 28 de maio. - Desde 2010 Mantega diz que conter avanço da inflação é questão de honra O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (2) que o governo sempre teve grande cuidado com a inflação e prometeu que a alta de preços no País ficara sob controle. "Nós sempre tivemos um grande cuidado com a inflação porque sabemos que ela reduz o poder de compra do trabalhador. É uma questão de honra para nós que ela se mantenha baixa", afirmou, durante programa de rádio "Bom Dia Ministro", na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Alta da Selic torna poupança menos atraente que fundos de investimento De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a alta dos juros básicos tornou mais atrativos os fundos de investimento, apesar de a poupança não pagar impostos nem taxas de administração. É o maior nível desde janeiro de 2011, época em que a presidenta Dilma Rousseff tomou posse, quando a taxa estava em 10,75% ao ano. Em agosto daquele ano, a taxa passou a ser reduzida sucessivamente pelo Copom até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor valor da história. A Selic foi mantida nesse patamar até abril de 2013, quando o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos para conter a inflação. A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulado em 12 meses estava em 5,68% até fevereiro, alta em relação aos 5,59% acumulados até janeiro. Mesmo assim, o índice acumulado desacelerou na comparação com junho, quando chegou a 6,7% e superou o teto da meta de inflação do governo. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2014 em 6,3%. A estimativa foi elevada pela quarta semana seguida. Por outro lado, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu 2,3% no ano passado e ainda está sob o efeito de estímulos do governo, como desonerações e crédito barato. De acordo com o Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la, o Banco Central contém o excesso de demanda, que se reflete no aumento de preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação. Ciclo de alta da Selic pode ter terminado, Em comunicado, o Copom disse que decidiu "por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic" e que "irá monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária". A inclusão do termo "neste momento" no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinaliza que a alta de 0,25 ponto porcentual foi vista como pontual e que o ciclo de ajuste da Selic pode ter terminado. A avaliação é da economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro. "Esse tipo de sinalização mostra que não há intenção de subir novamente a taxa em maio", afirmou. Segundo ela, antes disso, a consultoria trabalhava com pelo menos mais um ajuste de 0,25 ponto na taxa. "Nossa curva ainda é de mais uma alta em maio, mas a luz dessa mudança ficou um pouco menos provável", afirmou. Ela ponderou que ainda não é possível descartar esse cenário. "Vai depender dos dados, acho que agora eles só subirão novamente se houver uma piora adicional no cenário econômico", avaliou. Para Alessandra, se as expectativas em torno de uma alta inflacionária continuarem expressivas e houver algum movimento relevante de depreciação do real, pode haver alteração do rumo dessa política do BC. "Se houve uma pequena depreciação cambial não credito, mas se o câmbio bater rapidamente em R$ 2,45, acho que conduziria o BC a uma nova alta na taxa", afirmou. "O mais provável agora, no entanto, segundo Alessandra, é que o cenário atual se mantenha e que o BC possa trabalhar o fim do ajuste. "Ai ficaríamos com esses 11% ao ano pelo menos até o fim de 2014." O ciclo de aperto monetário iniciado em abril do ano passado pode ter chegado ao fim, na opinião do diretor de pesquisas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. "A probabilidade maior é que ele não vai mais elevar os juros. E isso se evidencia por ter mudado o comunicado, no qual retirou a expressão "dando continuidade" e agregou o termo 'neste momento' mesmo movimento realizado quando mudou o ritmo de alta de juros de 0,50 para 0,25 ponto porcentual", destacou. Na avaliação de Ramos, a menos que a inflação e o câmbio apresentem resultados desfavoráveis nas próximas seis semanas é que o Copom poderia elevar novamente os juros no dia 28 de maio, quando realizará a sua próxima reunião. "O BC ficará dependente de dados", afirmou. Fonte: GP Ctba, 03/abr/14 Maria Prybicz

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