sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Rendimento da poupança perdeu para a inflação oficial Rendimento da poupança cresce 49% em 12 meses Dólar lidera entre investimentos e poupança é vice Rendimento da nova poupança foi menor que a inflação em 2013 Poupança capta recorde de R$ 71 bilhões em 2013 SÃO PAULO - A elevação em 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic) - para 10,50% ao ano - retomou a atratividade da poupança frente à maioria dos fundos de renda fixa. Segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os fundos só ganham da caderneta a taxas de administração anuais mais baixas - 0,50%, 1% com resgate após seis meses ou 1,5% no longo prazo. A partir de 2%, a poupança tem maior rentabilidade do que os fundos, independentemente do prazo de resgate. "Pelo fato de não ter incidência do Imposto de Renda nem taxa de administração, a poupança só deixa de ser interessante em fundos com taxas muito baixas, a que têm acesso apenas investidores de grande porte, que aplicam a partir de R$ 50 mil", explica Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac. O investidor comum, segundo ele, costuma obter taxas a partir de 2,5% ao ano. A caderneta havia perdido parte de sua atratividade na última elevação da Selic, em novembro do ano passado, que aumentara a taxa básica de juros para 10% ao ano - o que conferiu novo fôlego à renda fixa. "A retomada da poupança ocorreu por causa do aumento da Taxa Referencial, que está atrelada à quantidade de dias úteis de cada mês", explica Oliveira. "Janeiro tem mais dias úteis do que o mês de dezembro. Quanto mais dias úteis, maior a TR, o que influencia no rendimento da poupança." Na simulação da Anefac, com o novo patamar da Selic, a poupança rende 0,59% ao mês e 7,31% ao ano (6,17% mais a Taxa Referencial). Assim, um investimento de R$ 10 mil vai valer, ao fim de um ano, R$ 10.731. A mesma aplicação em um fundo com taxa de 1,5% pagaria menos ao investidor, totalizando R$ 10.706. Para Oliveira, novas altas da Selic, no entanto, devem conferir mais atratividade aos fundos frente à caderneta. "De qualquer forma, a tendência este ano é que a poupança ganhe da inflação, pois vai render acima de 7%", diz. No fim de agosto do ano passado, a Selic chegou a 9% ao ano, igualando os rendimentos das poupanças antiga e nova. Com a Selic maior do que 8,5%, ambas as cadernetas rendem 0,50% ao mês (6,17% ao ano) mais a variação da Taxa Referencial (TR). Em 2013, apesar de ter tido captação líquida recorde, de R$ 71 bilhões, o rendimento da nova caderneta ficou em 5,67% - abaixo da inflação oficial, o IPCA, que foi de 5,91%. Ano tumultuado. O coordenador do Laboratório de Finanças do Insper, Michael Viriato, acredita que o ano não será fácil para o brasileiro ter ganho com investimentos por causa da conjuntura nacional e internacional. "A economia brasileira parece não estar desempenhando o desejado e existem também incertezas com relação ao cenário internacional tanto dos Estados Unidos como da China", diz Viriato. No caso dos investimentos em ações, por exemplo, ele acredita as incertezas podem trazer um resultado ruim para o investimento. Este ano, o Ibovespa já acumula queda de 2,72% - em 12 meses, o recuo é de 18,83%. "O ano eleitoral costuma ser marcado por volatilidade na Bolsa. E também existe uma dúvida em relação a qual será a política econômica do Brasil em 2015", afirmou. Para o longo prazo, o professor do Insper destaca as Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-Bs), atrelados à inflação. "Como o juro subiu ao longo dos últimos meses e o mercado acredita que o ciclo de alta deve se encerrar nos próximos meses, o juro real apresentado pelo papéis NTN-Bs é bastante atrativos numa perspectiva internacional." Fonte: Anna Carolina Papp e Luiz Guilherme Gerbelli - O Estado de S. Paulo Ctba, 17/jan/14 Maria Prybicz

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