sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O BRASIL É UM PAÍS EXTREMAMENTE NORMAL, ANORMAL SÃO OS POLÍTICOS!

Aos 87 anos, o ex-ministro Delfim Netto já viu o Brasil passar por diversas crises econômicas e turbulências políticas. Por isso, é enfático em dizer que o que estamos vivendo hoje "não é nenhuma brincadeirinha" e que o problema da recessão não tem relação com o exterior, "é interno mesmo". Delfim não acredita que um "mau Governo" seja motivo para a troca de presidentes antes da eleição. Tampouco, que o impeachment é a solução para a retomada do crescimento do país, mas, independentemente de quem esteja no poder, a presidenta Dilma Rousseff ou seu vice Michel Temer, o desafio será o mesmo: destravar o impasse político no Congresso.

"Se a Dilma ficar, vai ter que demonstrar que é capaz de reassumir o seu protagonismo, de reunir a sua base que é gigantesca", disse em entrevista ao EL PAÍS, em seu escritório em São Paulo. Para o economista, Dilma é uma "guerreira, honesta, que tem até boas ideias, mas na hora de colocar em prática faz uma confusão do diabo". Sobre Temer, Delfim tece apenas elogios: um "cavalheiro" que sabe fazer política e possui hoje um programa "muito superior ao que estamos fazendo hoje".

Em qualquer regime democrático, o mau Governo não é razão para ser substituído antes da eleição. Não há nenhuma razão para pensar assim: não gosto mais da Dilma então vou tirá-la. Errou na eleição, paga. Voto tem consequência.

O Brasil precisa aprender que o segundo turno não é para você votar em que você quer, o segundo turno é para votar no menos pior. A Dilma foi eleita com a maioria absoluta, teve um terço mais um pouco dos votos. É essa gente que não votou que está na rua. Eles tinham que voltar para a escola e em 2018 votar melhor, porque o Brasil não é uma pastelaria. Pretendemos construir uma sociedade civilizada e é esse processo que estamos tentando fazer.

SE impeachment tiver sucesso, o Temer vai assumir, vai constituir o seu Governo e mudará a política econômica. O sucesso do Temer vai depender da capacidade de administrar a política, que é um problema nosso. Se a Dilma ficar, vai ter que demonstrar que é capaz de reassumir o seu protagonismo, de reunir a sua base que é gigantesca. São dez partidos. Só que não tem nenhuma fidelidade. O que acontece? Se não demonstrar isso, simplesmente vai continuar do jeito que está. Serão mais três anos desse jeito. Em 2015, o PIB pode cair 4%, no ano que vem recua mais 2% e, em 2017, mais 1%. Em 2018, acende a lâmpada da eleição, acende a esperança, igual na Argentina. Aí volta a alegria.

Fonte:El País
Ctba, 18/dez/15
Maria Prybicz 


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